ANSIEDADE

A noite é quente, mas, estranhamente, sinto um frio no estômago. O tempo não passa. Quero dormir para não ter que contá-lo, mas o sono não vem.

O silêncio é barulhento, chega a ser ensurdecedor.

Penso... Como estará você agora? Também acordada? Pensando em mim, como eu em você? Que estará vestindo? Acaso rola na cama como eu?

Ai...

Aumenta o frio no estômago.

Esse dia que não nasce...

Vejo as horas. Passaram-se, apenas, 10 minutos desde que acordei do sonho que tive com você e, no entanto, pareceu-me uma hora. Contudo, ainda está marcado em minha pele o toque dado em meu sonho. Ainda gravada em minhas narinas a suave fragrância de seu corpo. Forte, em minha boca o doce sabor da sua.

Noto que ainda estou suando, como suávamos. Estou indelevelmente marcado de você, no corpo e na alma. Sonho por demais real.

Volto a olhar o relógio. Passou-se, apenas, uma hora, longa como uma noite.

Voe tempo. Amanheça dia. Faça-se noite outra vez.

Chegue logo, hora esperada, momento sonhado.

Rio de mim mesmo. Sinto-me criança à espera do Natal.

Pássaros começam a cantar, rompendo o ensurdecedor silêncio.

Meu quarto começa a ficar claro. O dia está nascendo.

Finalmente...

Mais um dia vencido... Um dia a menos para contar. Um dia mais próximo de você.

Júlio Marques
Enviado por Júlio Marques em 14/03/2008
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T900794
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