Voltar atrás - Redundância necessária.

Venho por meio deste, dizer que arrependo-me, e que tenho orgulho de mim ao arrepender-me; pois conheço muitos que acham esa atitude um ato de covardia. No entanto, eu vejo como um ato de coragem - não que eu queira me vangloriar - pois apenas homens corajosos reconhecem que erraram e se dão o direito e a oportunidade de tentar novamente, quando isto é possível.

Arrependo-me, por exemplo, de não ter saído com aquela menina linda - que eu achava sem graça - e que sempre me enviava mensagens de amor - isso não dá pra mudar.

Arrependo-me de não ter dito mais vezes "eu te amo" à pessoas queridas que já se foram - isso dá pra mudar daqui pra frente.

Arrependo-me de não ter roubado um beijo da Mariana, quando nos despedíamos na Praia do Canto - isso não dá pra mudar.

Arrependo-me de ter enchido a cara de vinho naquele natal em que até esqueci que era aniversário do Senhor Jesus.

Arrependo-me de ter ido.

Arrependo-me de ter ficado.

Arrependo-me de ter fugido.

Arrependo-me de ter calado.

Arrependo-me de ter fingido.

Arrependo-me de ter pecado.

Hoje, então, tento voltar aonde caí, e me levanto empoeirado para sacudir-me do pó e seguir na caminhada mais leve, sem bagagens dispensáveis.

Marcos Sodré
Enviado por Marcos Sodré em 17/03/2008
Reeditado em 17/03/2008
Código do texto: T904635
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