Ecos vazios

Ontem fechamos a locação do apartamento. Vou pra perto da praia (Piatã), como convém a uma sereia (risos). O apê é lindo, novinho, vizinhança tranquila, 3/4 (detesto coisas pequenas), apenas uma suíte (o ideal seriam duas) e vai ser uma experiência interessante. Me mudo segunda e Jair vai pra lá hoje. Nunca dividi apartamento com um homem antes. Já dividi com Mison por dois anos, Jandi morou comigo dois meses e só. Ah, fui casada também, mas ali não era dividir, era ser casada...

Mas Jair é um excelente amigo e creio que será legal nossa parceria. Sem contar que eu não poderia assumir as despesas desse apê sozinha... É uma situação pouco comum, eu acho... mas, o que é comum ou padrão na minha vida? Meu contra-cheque? O fato de eu trabalhar 40 horas por semana? O resto é tudo meio diferente, eu acho...

Liguei pra CP só pra ver se já voltou das "férias"... E não é que estava em casa!!! ???(risos) No seu "excelente" humor matinal... inda mais sendo sábado, nove da manhã... Queria saber e contar as novidades! Deixa pra lá... Escrever poema é condensar o sentimento... esse que acabei de fazer é o segundo de 2008. Gosto de fazer direto no micro, porque toda vez que faço no papel, demoro pra digitar. Ele é um testemunho interessante do que ainda resta nessa história com CP...

Ecos vazios

Pessoas sem emoção

Muitas vezes são

Como ecos vazios

Vazios de indução

Vazios de solidão...

Somente vazios...

Pessoas que vêm e vão

Na mão e na contramão

De um elo perdido, são como são

Pois perdeu-se o encantamento

Gelou-se o sentimento

Com o ice-berg do tempo...

Pessoas que não terão

Felizes o coração

Pelo seu cordão

De isolamento

Respeitam a opinião

De que pessoas nada mais são

Do que folhas soltas

Que voam ao vento...

Ainda resta dizer

Que além de mim e de você

Existe um universo, latente

Não dá pra retroceder

Matei o que tinha de morrer

Com sua ajuda, com o seu silêncio...

Que espécie de pessoa é você?

Eu nunca irei saber

Porque construí um falso ídolo

Que por dias adorei

E que agora pisarei

Com total desprezo

Com fatal ironia

Será que assim agirei?

Não sei

Não faz parte da pessoa que sou...

Nem do jeito com o qual me dou

Totalmente

Sem receios...

Pessoas como eu

Você não vai mais encontrar

A não ser só pra olhar

De longe...

Porque eu não estou mais perto

Sou uma flor no deserto

Onde ninguém mais passará

Vicejo, brilho, ofego

E não há ninguém por lá

Talvez eu precise mudar

Sei lá

A vida é um crescente caminhar

Um ir e vir constante

Nada parece estar completo

É mesmo um mundo incerto

De dias oscilantes...

Salvador, 05/01/08 9h 11min