SEMANA DAS SEMANAS

Foi numa semana como esta, há dois milênios que a história da nossa salvação chegava ao seu desfecho quando Jesus, o Servo Sofredor entregava o seu sacrossanto corpo em holocausto, pois o caminho que Ele trilhara, desde Belém até Jerusalém culminaria com a sua morte.

Emprestou sua voz a todos os desprovidos dela, tentando abrir os olhos dos poderes constituídos: Sacerdócio, Lei Mosaica, Sinédrio, fariseus, saduceus, anciãos, Império Romano e todos os impérios do mundo, quer materiais ou espirituais, de ontem e de hoje. Calaram o homem Jesus, dando-lhe a morte, mas não calaram a sua mensagem que continua viva e transformadora até a consumação dos séculos.

Os títeres e líderes de todos os tempos tentaram se opor à sua doutrina, calando a milhares de outros profetas com a morte, mas não conseguiram matar seus ideais. Onde estão eles? Imperadores, reis, déspotas, sociedades secretas, comunismo, seitas satânicas e modernas que tentaram e tentam, como lobos, na pele de cordeiros desmistificarem e confundirem a voz e a mensagem do Bom e Único Pastor que deu a própria vida por suas ovelhas, daí a força de sua mensagem que atravessa séculos e milênios porque é eterna e tem a marca de Deus!

Muitos foram enganados com o “canto da sereia”, de tantos falsos profetas, no anúncio de doutrinas que os desviam do Pastor que conhece a sua voz, mas são também incontáveis os que se mantêm fiéis à doutrina do único Senhor e Salvador de suas almas, refúgio e refrigério nos momentos de desespero, angústia e dor.

Sua promessa ainda ressoa nos ouvidos do mundo nítida e contínua: “Não vos deixarei órfãos, pois que estarei convosco, todos os dias, até a consumação dos séculos”. João 14,18, e, em Marcos 13, 13: “Todo aquele que perseverar até o fim, este será salvo”.

Através dos Sacramentos da Igreja Ele se perpetua, distribuindo seus dons e sua graça e se dá em alimento na Eucaristia, promove a reconciliação através do Sacramento do Perdão e ainda mostra a sua presença pelo Espírito Santo de amor que orienta e ilumina todos os que se deixam conduzir pela sua força transformadora.

A Igreja atualiza todos esses acontecimentos, dando aos seus fiéis a oportunidade de renovarem o seu compromisso de vida em favor da verdade e justiça, culminando no domingo com a festividade da Ressurreição do Senhor, razão da fé e esperança de cada fiel batizado e ciente do seu “sim” batismal.

Que a cerimônia do Senhor morto seja apenas uma lembrança de que todos para chegarem à ressurreição hão de passar pela morte e sepulcro, ressuscitando um dia com Ele, para juntos, eternamente cantarem aleluias e louvores à Trindade, mas enquanto caminham assumam os compromissos com a vida que a Ressurreição do Senhor exige: “Amai-vos, uns aos outros como Eu vos amei”. João 13, 14, caso contrário serão como diz a 1 Carta de João 3, 14: “Aquele que não ama permanece na morte”.

JOSE BENEDETTI NETTO