VAMPIRISMO

Os vampiros, como o Conde Drácula, são frutos de uma ficção, criados com o intuito comercial, apoiando-se no medo que temos do sobrenatural e da morte.

Em psiquiatria, é relatado este tipo de vampirismo, exercido pelo indivíduo sádico, que é portador de um distúrbio, onde sente prazer imenso, maltratando outras pessoas. Este indivíduo tem uma personalidade deformada e satisfaz-se ao ferir outras, às vezes ferindo-as com algum instrumento cortante, ou em casos graves, mordendo-as e sangrando-lhes a jugular, podendo até beber parte do sangue da vítima, se forem portadores de um delírio que assim o exija. São casos raros, onde deixam pistas muito evidentes, que levam à sua captura.

No reino animal existe a hematofilia (gostar de sangue), necessidade esta, comum nos morcegos, e que é praticada pela fêmea, ao estar prenha, com a finalidade de viabilizar o seu feto. Também os pernilongos usam desta prática. Tanto um como outro, são fitófagos, ou seja, alimentam de seivas vegetais, auxiliando em muito, a polinização.

Um outro tipo de vampirismo muito comum, descrito pela psicologia é o exercido por pessoa muito insegura,abusada sexualmente, ou frustrada na infância, seja por um pai ausente, às vezes alcoólatra, ou por uma mãe que o mime em excesso, criando no indivíduo a necessidade de estar sempre rodeado de pessoas, a quem sempre tenta influenciar e muitas vezes as tiraniza.

Estas pessoas têm o costume de colocar sob suas ordens pessoas inseguras, mal amadas, frustradas, exigindo delas tarefas, que normalmente as demais pessoas não cumpririam. É como se o “vampiro” as magnetizasse e exigisse delas mais e mais proteção, bem como tarefas que demonstrem o seu poder. Estas pessoas, suas “vítimas”, agem obedientes e não percebem esta influência, procurando a cada dia, satisfazer mais ao seu objeto de admiração.

Esta situação tem o nome de vampirismo, por analogia com a lenda, onde o vampiro precisa de alguém que o proteja enquanto “dorme em seu caixão”. Normalmente as vítimas do vampirismo só vão perceber seu erro, quando já é difícil repará-lo, pois com freqüência acabam se indispondo com as pessoas, que tentam alertá-las dos seus erros.

O vampiro entedia-se com facilidade e procura trocar de protetores, abandonando-os em sofrimento emocional. São facilmente evidenciados em nosso dia a dia, pela forma autoritária que dispõem dos seus comandados, não lhes atribuindo valor nenhum e deixando-lhes, como satisfação, o simples servir sem recompensa. São astutos e percebem com facilidade as fraquezas dos submissos, procurando explorá-las.

Quanto ao nosso medo aos vampiros, se deve à nossa intranqüilidade diante da morte, apesar de ser nossa única certeza, pois não a aceitamos e a vemos como nossa total anulação. E o vampiro é um ser em contato constante com a morte: o da lenda, tirando a vida das pessoas e lhes dando uma vida eterna maldita; os da prática diária, anulando a vida das pessoas, em seu proveito egoísta.

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Marcio Funghi de Salles Barbosa

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