TURISTAS DE SOBRAS
Senhor Deus!
Que perfume será esse que exala
daquelas insuláveis flores Não plantadas?
Será que tem o gosto e o sabor
da insolvência humana?
Meu Deus!
Onde será que estão os olhos do mundo?
Que já não enxergam esse bicho, Nos detritos do lixo
vagando, ora revirando montanhas...
Ora tornando em disputas, o resto da sombra, que já não sobra,
pois a fome é tanta!
que se em catam e comem com olhos de felicidade.
E pronto!
Que situação meu Deus!
Pobres implorando ajuda...Pobres instalados nas ruas
sem qualquer condição de vida humana!
Ora catando comida... Ora catando papel, que degradante meu Deus!
Seres, semelhantes, humanos, sensíveis como qualquer outro,
diferenciados apenas pelo fardo carregando do que lhe fora imposto à vida.
Mas, que vida!...Que sina!
Vida essa dada, aos turistas de sombras?
Mas, que vida?