Nada Mais

Não, não quero lhe falar de coisas vãs, de vis costumes, do dia a dia. Da coca cola na lanchonete da esquina, do ir e vir das gentes da cidade, das luzes de néon, do cotidiano.

Saco!

Não me peça para dizer palavras tão normais ou, quem sabe, um verso imbecil rimando amor e dor.

Não quero isso, nada disso!

Aliás, não quero nada de frases construídas, bonitinhas, só para impressionar.

Peça-me, por exemplo, uma longa estrada sem fim.

Uma distante estrela lá pelos confins da Via Láctea... Duvida?

Posso, se não puder trazê-la, ao menos tentar prendê-la na luz de teu olhar. Sabe...

Eu quero a paz do luar derramado numa praia distante, quero o murmúrio do mar quebrando na areia branca, teu corpo tombando ao sabor do vento norte.

Quero as palavras; as tantas palavras que não ouso dizer. Quero o silêncio, o doce silêncio de um olhar, teu olhar no meu olhar, a paz de teu sorriso, e nada mais...

Nada mais, nada mais ou...

Tudo mais.

Olympio Ramos

Olympio Ramos
Enviado por Olympio Ramos em 16/04/2008
Código do texto: T947977
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