QUANDO TUDO É CINZA

Todos os dias tristes são iguais, normalmente chuvosos, sem graça, quietos e entediantes. Toda sensação desses dias também acaba se tornando igual, à medida em que as coisas não vão acontecendo o humor vai tendo alterações drásticas e fatais. Nessas horas normalmente buscamos uma distração, algo que nos tire do marasmo, mas a rotina dos acontecimentos acaba nos fazendo não tomar atitudes coesas perante nosso sofrimento. Sofrimento... Até escrever esta palavra é difícil, realmente sofrível. Nos dias de sofrimento, parece que tudo vai dar errado, nos fechamos a tudo, não sentimos prazer até que alguma coisa muito especial aconteça ou até o momento em que nosso corpo não agüente mais essa doença e descanse em um sono profundo. Então nossa mente se encarrega de nos fazer sonhar com tudo que não temos, para acordarmos e nos sentirmos mais tristes e mais longe de um caminho teoricamente ideal à felicidade... Confusos e estranhos, assim têm sido meus dias e meus textos esta semana, mas há algo em meio a tudo isso que estou tirando como lição e aproveitando, a minha maneira de sofrer. Mesmo o telefone não tocando, mesmo as coisas tornando-se mais e mais complicadas, eu consigo manter a capacidade de raciocinar e continuar lutando contra meus inimigos, a solidão, o marasmo, a rebeldia contida, a sensação de perda.

Se tem uma coisa que não compreendo é de onde vem essa força, que mantém minha mente em paz, serena. Não vou procurar entender, não quero ter respostas para tudo...

Só desejo uma resposta.