Índios Brasileiros

Numa terra selvagem, viviam seres humanos culturalmente diferentes dos europeus.

Esse povo de pele avermelhada, olhos puxados e hábitos saudáveis vivia nas florestas, em forma de comunidades pequenas, pois sabiam que se tivessem mais integrantes, sua subsistência seria afetada e sua qualidade de vida decairia bruscamente.

Esse povo nativo dessa terra, plantava seu milho, sua mandioca em pequenos roçados, não conheciam venenos, defensivos e nem adubo químico, também não usavam roupas, andavam nús e descalços, pois não tinham o que esconder de ninguém, no máximo usavam um cocar, alguns adornos e pinturas corporais; caçavam e pescavam, porém só retiravam da natureza o que realmente era necessário para sua subsistência, e ainda sim respeitavam sua caça e seus peixes, venerando algo que uma espécie de Deus da natureza oferecia para eles, sem cobrar nada em troca.

Não conheciam o que era propriedade privada, não abandonavam seus velhos e cuidavam bem de suas crianças, além disso, sofriam de pouquíssimas doenças, sendo que o que havia de mais letal para sua vida eram as picadas de cobra, a malária e a ingestão de algum fruto venenoso.

Tinham como hábito o banho diário, só bebiam em datas festivas e só os pajés (líderes espirituais) podiam fumar os charutos de fumo.

Viviam em paz, em harmonia com a natureza e quando havia uma guerra, a mesma cessava depois da morte de alguns integrantes de cada tribo.

Contudo, um dia chegou em uma praia desse paraíso, um navio, uma enorme canoa, que carregava mais que apenas três homens.

Os homens brancos usavam roupas que lhe cobriam todo o corpo, carregavam espadas de aço, usavam armas que cospiam chumbo e fogo, montavam animas estranhos altos e com cascos que faziam barulho ao bater no chão.

Trouxeram doenças contagiosas, destruição, alcoolismo, a prática do furto, da usurpação, do estupro e sempre corriam atrás de um metal dourado que sobrava nos leitos dos rios, mutilavam as árvores, várias em um só dia, e levavam-nas embora.

Os brancos os subjugaram, desmoralizaram, enxotaram os verdadeiros donos de suas próprias terras, construíram vilas, cidades, igrejas e obrigaram que acreditassem em um Deus, o qual nunca ouviram falar, nunca tiveram fé e nunca precisaram.

Os brancos ainda deram nome a esse povo: ÍNDIOS. Mas pôr que? Eles nem sabiam o "porquê" de serem de índios, nem de selvagens, pois para eles, eles eram simplesmente gente, e que viviam de um modo diferente, simples, integrado à mãe natureza.

Alguns representantes dos índios ainda estão aqui, nesse país que já foi um paraíso para esse povo, que foi dominado por nações de homens brancos violentos, armados, ladrões, degredados...

Hojem têm que lutar contra o alcoolismo e o vício em drogas; contra a tuberculose, paralisia infantil, caxumba, catapora, sarampo, Aids e outras pestes trazidas pelo homem branco.

Hoje tem que caçar em matas devastadas, percorrer quilômetros até avistar uma animal e tentar pescar em rios poluídos pelo mercúrio que os garimpeiros jogam nas águas.

Esse Dia do Índio, é outra criação do homem branco, sanguinário e assassino, e só deve servir para marcar o sofrimento dos índios brasileiros.

BORGHA
Enviado por BORGHA em 18/04/2008
Reeditado em 30/05/2008
Código do texto: T951638
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