Do céu ao inferno e vice-versa.

Na calada da noite, levantei.

Cambaleando, apoiando-me nas paredes, lembrei que estava de ressaca.

Por conseguinte, não lembrarei de vários acontecimentos vividos nas horas que se passaram.

Minha boca estava, extremamente, seca.

Resolvi, então, hidratá-la.

Chegando na cozinha vejo uma imagem dantesca, algo que para outros não significaria nada.

Uma mensagem de sorte, daqueles biscoitinhos chineses, inundada pelo vermelho brilhante de um condimento qualquer.

Depois de alguns segundos, observando aquele pedaço de papel, decidi que iria ler e transformar a mensagem num modo de seguir vivendo.

Você é muito confiante, tudo que faz dá certo...

- Eu sou confiante! - Grito, ancorado, na janela.

A luz de uma casa vizinha, repentinamente, é acendida.

Penso, pois, testar esta teoria.

Se sou tão confiante(...) por que não ficar esperando esta pessoa aparecer na janela?

- Cala a boca, filho da puta! - Vocifera o destruidor de metas.

Caminho para a cama.

Bêbado, decepcionado e humilhado.

O corredor, tão curto, parecia maior.

Meus passos, antes destacados, ficaram lentos.

A confiança, que necessitava, perdia-se no primeiro obstáculo.