VAI PASSEAR!

Quem nunca deu, ou pelo menos pensou seriamente em dar essa resposta ao menos uma vez na vida? Eu já dei, e me arrependo amargamente, pegou a “deixa” e foi mesmo. Daqui pra frente, aprendi com a Marília: Melou? Quem vai passear sou eu!

Viúvo é quem morre, quem fica é solteiro.

Diz a lenda que a prima da vizinha, sem paciência de esperar o hematoma da ferradura sair da bunda sozinho, apelou, afinal, certos dias, entre a dignidade e o pé quentinho, a dignidade que se arda, foi lá, registrou, pagou, mil questionários... desespero-ponto-com (concorrente do tônaseca-ponto-net)... depois de horas, as quais, ela, claro, contou aos minutos e segundos, lá vem a dita lista, dez soluções para o seu problema, com fotos. E lá foi ela, feliz da vida, abre o primeiro... “Jesus amado!”... o segundo... “Deus me ajude!”... o terceiro... e lá está! Não é que é o “de cujus”, o fidumaégua, o inominado, o falecido. Pensou até em processar o tal sítio, afinal, isso em dias de TPM pode acabar em morte (seja lá de quem: um-dos-dois-cídio), mas deu risada e preferiu confirmar a balada de sexta à noite com o pessoal que conhecêra sábado passado.

Outro dia me liga Aninha:

- Arrumei um namorado.

- Menina! Mas e seu marido?

- Não, ele, ao que me consta, não tem namorado, só eu.

A verdade é que de gente muito certinha, boazinha, caidinha... ninguém gosta. Por isso (vivendo e aprendendo) hoje cultivo, com muito esforço, um defeitinho aqui e ali. É difícil, especialmente a parte do “tenho dó mas nem ligo”, “ah... hoje não dá” ou o “claro que faço prá você, mas semana que vem, tá?”... são daquelas coisas em que somente a prática leva à perfeição. Abanar o rabinho demais, essa aprendi com a Maria Paula, só funciona prás cachorras, sejam elas quadrúpedes ou bípedes, completo eu.

Afinal, nem só de ração, água, vacina e tosa vive uma mulher, nem basta botar na estante e espanar o pó de tempos em tempos... a gente até fica, paciência de Jó... se desdobrando pra tentar achar o lado bom da merda, seja em nome do passado (que não volta), do futuro (que nunca chega)... mas uma hora, finalmente, a gente cansa...

E vai passear!

* (Referências carinhosas a Marília Paixão e Maria Paula Alvim.)

Dalila Langoni
Enviado por Dalila Langoni em 23/04/2008
Reeditado em 25/04/2008
Código do texto: T958493