SAUDADE, EU? IMAGINA!

SAUDADE, EU? IMAGINA!

Por Ulisflávio Evangelista

Pois bem, vamos lá! Não sei se vocês já passaram por isso, creio que sim, mas para quem não passou, deixo um alerta! Certamente – em algum momento – em um dia qualquer, vocês passarão por isso!

Sentei-me a frente da tela do computador, sem ao certo imaginar – em detalhes – o que iria escrever. A única definição, a única certeza que tinha, era o assunto. Assunto esse, aliás, um tanto desanimador, sombrio, triste mesmo...mas que felizmente existe! Felizmente? Sim, por incrível que pareça, prefiro sentir esse sentimento de tristeza momentânea, do que, não sentir sentimento algum...

O tal sentimento que insisto em ter, trata-se da tão temida saudade! O mais engraçado nisso tudo, é que sempre lia algumas palavras em lugares e situações inusitadas, e nunca consegui compreender, em seu âmago, o real significado daquelas estranhas palavras: “Quem inventou a distância não conhecia a saudade”, ou mais ou menos isso...enfim...o mais importante é: quem inventou essa frase tinha razão...e o que é pior, para ele ter essa “tal razão”, ele teve a “tal vivência”...e é aí que quero chegar!

O segredo de tudo está na vivência, no aprendizado, no conhecimento! O grande problema é aprender com a saudade. E não pense que não se aprende, porque com a saudade de tudo se aprende. Por exemplo, objetos triviais, obsoletos, passam a ter um valor de estima extremamente alto. Escritas de um e-mail qualquer – destes que vocês trocam em centenas durante um dia – se tornam ouro...e não pense que as coisas acabam por aí não, num estágio mais profundo – quando a saudade começa a ganhar um novo molde, um novo contorno e finalmente, uma nova cara, intitulada como paixão – o sujeito revestido dessa nova capa, fica simplesmente bobo, assim como estou agora, escrevendo sozinho, num frio considerável de 14º e simplesmente feliz... (preferi não mencionar o sorriso igualmente bobo que me toma a face...)

E assim a vida segue, ou melhor, deixa ser levada...porque sejamos sinceros, quem gosta de conviver com esse peso? E olha que falo com a maior sinceridade do mundo, ainda assim – repito – prefiro sentir essa saudade do que nada sentir...

Para os mais curiosos – como você leitor – essa saudade ou paixão (olha o sintoma atacando novamente...) quando chega, deixa suas marcas...marcas profundas e geralmente duradouras, como uma história que sabemos sempre o início, penamos no “durante” e, com sorte, desejamos um fim...ou, como prefiro, aliás, lutamos por esse fim...

Mas...para compreendermos o termo ”fim”, precisamos antes definir que o “fim”, na verdade, não tem fim...não sei se fui claro, mas não há fim na paixão, há? Para quem respondeu que sim, sugiro se apaixonar de verdade numa próxima vez...Em situações como essa – ou seja, de saudade ou paixão – o fim não existe. O fim, só existe em romance barato – que não é o caso dessa paixão. E como não sou individualista, muito menos egocêntrico, externo o meu desejo. Paixões sem fim!!!

Agora, que é uma “situaçãozinha” das mais embaraçosas isso é...só pra ilustrar, vamos imaginar o sujeito apaixonado e com saudade – tipinho esse perigosíssimo aliás... – andando em seu automóvel com o vidro aberto e com o som ligado, até aí tudo normal, certo? Errado! Não pense que um sujeito com essas características anda no seu carro apenas contemplando a boa música... Não, ele não faz isso...quer saber por que? Porque ele está apaixonado e com saudade... O que ele faz então? Simples. Ela canta, berra, chora, se esperneia dentro do veículo...e daí se têm gente do lado parado no semáforo?... O sujeito tá cego pela paixão, tomado pela saudade, ele não quer saber de nada...canta mal, desafina...um verdadeiro desastre...ah, mas quem liga pra isso?

Chegando em terras mais sombrias – demonstração desse sentimento em público – é que o circo pega fogo mesmo! Esse estágio chega quando o sujeito menos espera e quando nota, já está com o microfone na mão, com a fantasia no corpo, com o lenço – já todo...como eu posso dizer sem passar nojo as pessoas?... Vou pensando, tá? – na mão e finalmente, pendurado por um cabo de aço enferrujado, ele declama todo o seu amor enrustido, enjaulado, preso...é tudo lindo, maravilhoso, perfeito e, com sorte, pode ser transmitido tudinho ao vivo pelo “Domingo....LEGAL!!!!” Mas, isso é com sorte, tá?

Pois é, dura rotina essa de sujeito apaixonado...sabe o que é pior? Não troco esse sentimento por nada nesse mundo...Sim, ainda tô com a carinha de bobo e o sorrisinho aberto... A saudade? Tá aqui! Mandou dar um “alô” e insistiu: “Daqui eu não saio!!!”. Não têm problema – disse a ela – continue aí, seja feliz, viva a sua vida, relaxe...

Quanto a mim? Bom, como eu posso dizer... Pra quem já esperou quinze anos e três meses (é isso, né?), ou melhor, sentiu essa saudade invadindo a alma de um sujeito apaixonado, tudo é fichinha, tudo é banal, não existe problemas, tudo são rosas, tudo é amor... e é por isso que te espero – o tempo que for necessário – mas por favor, não demore muito... – e é por isso que te amo...Carol Lynch, a minha Carol!

PS. Como faço pra entrar em contato com a produção do programa “Domingo Legal”?

Ulisflávio Evangelista
Enviado por Ulisflávio Evangelista em 03/05/2008
Reeditado em 03/05/2008
Código do texto: T972681