...HOJE EU TIVE UM PESADELO E LEVANTEI ATENTO A TEMPO...

Adormeci no sofá. Simplesmente sentei, depois deitei, e dormi. Acordei na madrugada gelada com um vento que era anormal para um local fechado. O coração está meio disparado, e começo a me lembrar de um sonho ruim que tive, do qual consigo recordar vagamente de pouca coisa, entre elas que não era um homem comum. Eu dava ordens, e as pessoas me olhavam com expressão de dor, enquanto alguns ao meu lado pareciam ter prazer em assistir àquilo. Lembro também de ter presenciado a morte de alguém e de tudo parecer indiferente aos meus olhos. Minha solidão estava repleta de testemunhas e isso parecia realmente me incomodar. O mundo parecia uma festa prestes a entrar num clima de confusão, talvez pelas pessoas terem bebido demais, ou por não terem bebido nada. Todos os rostos demonstravam o tipo de falta de expressão facial típico dos péssimos atores. Vou lavar meu rosto antes de ir para a cama num silêncio absoluto, olho ao espelho e tenho a certeza de que não estou sozinho neste apartamento vazio, diferente de quando estou lá fora, cercado pela multidão de estressados que só conseguem falar sobre o próprio universo. Sou um homem comum, que gosta das canções simples, mas que admira as manifestações ousadas da vida, pois elas trazem novas coressonsidéias ao universo de qualquer um que se interesse pela sua capacidade de aprender e produzir coisas totalmente novas e bonitas aos olhos alheios. Retorno agora para o quarto, para a cama, e se o sonho voltar, que me traga milhares de palavras novas, para que eu descubra, mesmo que aos poucos o que fazer com elas, pois atualmente, brinco de ser poeta escondido sob o olhar de todos vocês...

"...de repente a gente vê que perdeu

ou está perdendo alguma coisa

morna e ingênua

que vai ficando no caminho

que é escuro e frio, mas também bonito

porque é iluminado

pela beleza do que aconteceu

há minutos atrás..." NEY MATOGROSSO (Em poesia do CAZUZA)