"Nem Jesus Cristo e nem Karl Marx".

Nesta manhã fria de quatorze de maio [2008], gostaria de analisar o reflexo da "Parabola dos Talentos" trazida à público em uma manhã do mês de maio do ano trinta e dois, aplicada à realidade humana do terceiro milênio.

As chamadas Escrituras Sagradas nos mostram a reflexiva jesuina sobre duas versões; a de Levi, filho de Alfeu, chamado, no Evangelho de, Mateus com singelo aplicativo para os judeus e a de Lucas dirigida aos gentios, mormemente, à Comunidade Greco-romana e, da qual, querendo ou não somos todos descendentes, pois o mundo é tão romano que, até a filosofia do direito, tem a base no Direito Romano.

De conformidade com a narrativa de Lucas, o médico amado, estando reunidos com os discípulos e com alguns do povo no caminho de Betânia, entre esta e Jerusalém, Jesus, o homem que revela Cristo aos homens, diante da visão de Lucas, assim teria se expressado:... - [... um homem de alta estirpe viajou a uma região longínqua, a fim de se investir como rei e voltar em seguida. Ele chamou dez de seus servo s e distribuiu entre eles dez moedas de grande valor e disse:... - Negociai até a minha volta; mas os seus concidadãos odiavam e mandaram atrás dele uma delegação para dizer: - nós não queremos que ele reine sobre nós!

Ora, quando voltou, investido como rei ele mandou chamar à sua presença aqueles servos a quem havia distribuído o dinheiro,para saber que negócio cada um tinha feito.

O primeiro se apresentou e disse:... - Senhor a tua moeda rendeu dez moedas. Ele lhe disse muito bem servo bom! Já que foste fiel em um negócio pequeno recebe autoridade sobre dez cidades.

O segundo veio e disse:... - Senhor a tua moeda rendeu cinco moedas. Ele disse do mesmo modo a este. Quanto a ti toma a direção de cinco cidades.

O outro veio e disse:... - Senhor, eis aqui a tua moeda que eu tinha posto à parte em um pano. Eu tinha medo de ti porque és homem severo: tomas o que não depositaste e ceifas onde não semeaste. Ele lhe disse:... - É segundo as tuas palavras servo mau que vou te julgar. Tu sabias que sou homem severo, que tomo o que não depositei e ceifo onde não semeei. Então, porque não depositou o meu dinheiro no banco? Ao voltar, eu o teria recuperado com juros. Depois disse aos que estavam ali: - Tirai-lhe a sua moeda e dai-a ao que tem dez. Ele lhes disseram:... - Senhor, ele já tem dez moedas! Eu vos digo:... - A que todo homem que tem será dado, mas, ao que não tem, mesmo o que tem khe será tomado. Quanto aos meus inimigos, esses que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e degolai-os em minha presença. Terminando essas palavras, Jesus seguiu adiante para ir à Jerusalém.].

Desse modo, depois de ler e reler como espírito crítico tais relatos, vê-se que em tais ensinamentos se estipula um certo grau de igualdade entre todos os seres humanos no que tange aos frutos advindos do trabalho.

Por certo, dezoito ou dezenove séculos mais tarde, um filósofo, economista e pensador alemão chamado Karl Marx, iluminado pelos ensinamentos dessa parábola, ousa redigir uma tese propondo em seu curso a adoção de uma sociedade totalmente igualitária e, dessa forma, promovendo a sociabilização do homem moderno... - ledo engano.

Os anarquistas de plantão de todos os tempos, inclusive, os de sua época, tomaram os textos elaborados pela pena da caneta de Karl Marx e, simplesmente, trataram de distorcê-los ao seu bel prazer, deturpando de forma drástica as suas ideologias.

Sugerem-se, até os dias da premente atualidade que, aos menos favorecidos pela sorte, no que tange aos bens e propriedades, que se obrigue aos mais opulentos a ofertar uma condição melhor àqueles menos favorecidos na sociedade... - utopia!

A parábola contada pela maior personalidade humana no distante século um de nossa era infere, exatamente, o contrário desses desejos quando, salvo um melhor juízo, parece propor ao rico que, conscientizando-se de sua participação neste mundo efêmero, insólito e transitório que, pelo maior dom dos seres humanos, ainda que imersos na profundidade de suas avarezas, de seus arroubos de poder, de suas usuras, distribuam de forma gratuita a riqueza entre os menos favorecidos pela justiça divina. Tais prerrogativa vão de encontro a questão do caminho espaçoso e do caminho estreito, da questão de vender tudo e seguir os passos do Mestre, ao qual interpretativo, infelizmente, tem se dado um sentido literal.

Quando Jesus disse ao moço rico:... - [Ainda te falta uma coisa; vai vende tudo o que tu tens e, depois, vem e me segue] não se referia aos bens de natureza material, mas, a usura, a avareza, a arrogância, a falta de amor ao próximo tão comum nos dias de hoje e, inclusive, entre aqueles que se julgam diferentes dos demais por ostentarem um título criado, justamente, para sugerir tal diferencial - Evangélico - quando, na verdade, somos, sim - Católicos Protestantes. Católicos porque o termo vem do latim catolicus que, em consonância, provem do grego Katós e que significa geral, ou seja, universal, ou melhor, no mundo inteiro; queremos ser diferente e naõ somos, queremos nos destacar e nos igualamos.

A idolatria presente na Igreja Católica Apostólica Romana está presente na Igreja Católica Apostólica Protestante em maior escala... -lá a idolatria são os santos, cá a idolatria é o pastor e, o que vemos? Uma sucessão de incoerências, de escândalos e de atropelos, mas, se tiramos, momentaneamente, o texto do contexto, voltemos ao texto para afirmar:

Primeiro - o moço rico entendeu mais tarde as proposições do seu Mestre e Senhor; despojou-se de seus bens materiais representados pela usura, pela avareza, pelo ódio, pela arrogância e pela série de práticas que nos fazem permanecer afastados da semelhança divina, ainda que somente a venhamos recuperar no último dia (não o dia de vinte e quatro horas... - não literal), mas com o sentido do termo hebraico yom (era, ´época, período de tempo) quanto anos? Ora, deixe-se com o Senhor de todas as coisas...

O fato - Jesus, filho de José, o homem que revela Cristo aos homens, em sua vida terrena, tentou modificar o pensamento humano, corrupto da raiz dos cabelos à planta dos pés, intransigente até os confins do micro-universo e, assim, criar uma sociedade mais justa... - não conseguiu! Karl Marx, entendo de forma plena os ensinamentos crísticos, desenvolveu a sua teses no sentido de que, ao invés de tomar do abastado, conscientizá-lo a distribuir a sua riqueza pelos menos favorecidos... - foi, é, e, será mal interpretado em sua ideologia.

Os anarquistas de plantão de todos os tempos deturpram os ideais marxistas e, a priori, criaram a fiosofia comunista em cujo teor se infere que, ao invés de induzir à relexão no sentido de promover o entendimento de que a riqueza deva ser distribuída de modo a que todos os seres vivam bem e em harmonia, se promova o vilipêndio de tomar de outrem o quinhão a que julgam ter direito... chamam a isto de filosofia do comunismo.

Para finalizar, diríamos que Jesus Cristo não conseguiu o seu intento, e,nesse sentido; Karl Marx o entendera de forma plena e, tentanto, não conseguiu, também, impor à reflexão humana a sua intenção, mas, antes acendeu as lucernas da discórdia.

À vista disso é que, para tentar elucidar as contraditas entre a volitiva de Jesus, a proposição de Marx e a utopia dos militantes do comunismo, se resolveu escrever:... - [Nem Jesus Cristo e nem Karl Marx!].
YOSEPH YOMSHYSHY
Enviado por YOSEPH YOMSHYSHY em 15/05/2008
Reeditado em 16/05/2008
Código do texto: T990579
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