QUEM VÊ CARA, NÃO VÊ A INTENÇÃO

Muitas coisas provocam a nossa indignação, mas nenhuma se compara a vontade de esganar alguém quando a coisa acontece com a gente.

Muitas pessoas de má índole passam direta ou indiretamente por nossas vidas e por vezes até o mais vivido e experiente ser ainda cai na lábia encantado pelo sorriso angelical que esse povo que vive de engano tem.

Não, eu não estou aqui desabafando minha tristeza por algum cafajeste que passou na minha vida (mesmo alguns terem passado, mas isso é outra história!), e nem estou mal dizendo algum vendedor que me fez inúmeras promessas de algum produto falho, essa crônica é quase uma homenagem às pessoas que apesar de não terem uma boa cara daquelas que te fazem abrir um sorriso assim que você as vê, mas são aquelas que te surpreendem por seu modo de ser, mesmo que a primeira vista não tenha sido muito boa.

Já fui atendida por telemarketing's solicitas que só falaram o que eu já sabia e no fim com uma voz risonha e quase maquinal dizer pra esperar mais alguns dias ou que não poderiam ajudar, aí fico pensando pra que existem então?

Já havia ido a minha antiga escola uma outra vez no ano passado e uma jovem toda gentil em meio a sorrisos me arrumou maior problema, perderam a minha nota e pronto, eu que depois de quase sete anos que me formei no ensino médio tinha que fazer tal de provão pra poder pegar uma declaração de conclusão, você já pensou a raiva, e por outro lado outra moça muito bacana a principio estava me pressionando pelo certificado senão a minha matricula na faculdade seria deferida.

Na segunda ida na escola, expliquei que fui pegar uma declaração para fazer o provão, e uma senhora já de meia idade, muito carrancuda, com cara de poucos amigos me ouviu com um semblante de quem não estava nem aí pro meu problema, depois de me ouvir a metros de distância, pois ela nem se moveu do fim da sala de onde estava (fazendo com que todos soubessem porque eu estava ali, porque eu tinha que quase gritar pra ela me ouvir) me pediu um instante enquanto solicitava a uma senhora a procura do meu histórico, olhou e disse com o mesmo semblante sério: - Ah! Seu histórico é bom, vou resolver por aqui. E me poupou um trabalhão de ir à Secretária de Educação, marcar a prova, fazer a prova, pegar o resultado, levar o resultado na escola e pegar meu bendito diploma, só porque ela apesar de não aparentar teve maior boa vontade de ajudar.

E se ela não tivesse uma cara tão feia na hora de dizer que eu teria que entregar um simples trabalho de Ácidos e bases, mas me avisando com uma cara mais séria ainda que eu não deveria colar apenas da internet, eu até que daria um abraço nela de tão feliz que eu estava, mas ela foi logo virando as costas e pedindo licença aos que estavam na entrada do pequeno cubículo que era a secretaria com aquele bundão enorme que ela tinha que dava quase 10 da minha, só pra voltar de novo a sua rotina que não parecia tão bacana quanto a sua vontade de facilitar a minha vida.