Pequeno histórico sobre Canudos (BA)

Conhecida nacionalmente por causa da Guerra de Canudos, a cidade, na verdade, não foi fundada por Antonio Conselheiro e seus seguidores. Quando o grupo ali chegou, em junho de 1893, já existia o povoado, denominado de Canudos por causa da abundância de uma planta chamada canudos-de-pito, usada pelos caboclos para fazer a piteira de cachimbos. O povoado era ponto de intersecção de várias estradas que cruzavam o sertão e vivia da agricultura de subsistência: mandioca e cana-de-açúcar para o preparo de farinha e rapadura, além da criação de cabras. O local também abrigava profissionais que cuidavam das ferraduras das tropas de animais que por ali passavam.

Com a chegada do grupo de Conselheiro, o lugarejo passou a ser chamado de Belo Monte. Sua população cresceu substancialmente, sendo construídas duas igrejas.

A partir de 1896 recebeu mais levas de imigrantes, ante o carisma e influência de Conselheiro. No ano seguinte, após meses de intenso combate com as tropas federais, a vila é completamente destruída e muitos de seus moradores são degolados pelo Exército.

A partir de 1909 alguns sobreviventes, que fugiram da vila antes da destruição, voltaram ao local. Já em 1930, a construção da estrada transnordestina e do açude de Cocorobó desenvolveram o lugarejo. Em 1969 o açude foi inaugurado, cobrindo o antigo arraial, cujas ruínas só podem ser vistas hoje em época de seca.

Seus habitantes foram transferidos para as margens do açude, formando uma nova povoação. Em 25 de fevereiro de 1985, Canudos emancipou-se de Curibe (atual Euclides da Cunha).

No ano seguinte foi criado o parque estadual de Canudos, com o objetivo de resgatar a história do local.

Em 2007, sua população era próxima dos 15 mil habitantes.

Glauber Vieira Ferreira
Enviado por Glauber Vieira Ferreira em 18/05/2008
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