FORTALECIMENTO DA PMMS

DISCURSO PROFERIDO POR ANTONIO ALVES GUIMARÃES (GUIMARÃES ROCHA) – (*) –, NO DIA 17/12/2003, DURANTE A SOLENIDADE DE FORMATURA DA TURMA – CAO 2003 – CONCLUSÃO DO CURSO PARA OBTENÇÃO DE TÍTULO DE ESPECIALISTA NA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”, GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA DA UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO PANTANAL – UNIDERP

(saudações)

Dizem que o tempo voa, e tudo tem começo, meio e fim.

Mas o tempo não voa, porque ele é simplesmente uma dimensão. O que está mais ainda acelerado hoje é o conjunto humano, que, após milenares elaborações, prepara em seu íntimo um novo momento de vida e de progresso.

O começo, o meio e o fim fazem parte do processo lógico da mente humana, que tem necessidade de compreender e delimitar as etapas da vida.

Entretanto, podemos reconhecer que todas as coisas se transformam incessantemente, em constante aceleração, seja em oculto, seja na manifestação ostensiva. Na idade média, por exemplo, quando parecia que a humanidade permaneceria indefinidamente estagnada, uma elaboração íntima e veloz acontecia, até explodir o fenômeno da Renascença.

De tudo que existe, uma coisa é causa e conseqüência de outra coisa, mudando ao infinito.

Vivemos agora grandes transformações que sacodem a humanidade, produzindo massa crítica e situações críticas, gerando tormentas de variados matizes nas sociedades.

O novo milênio começa a nos atropelar, e a questão Segurança ressurge como um gigante da nossa alma, apontando desafios e soluções, pedindo-nos coragem, força e amor.

Hoje recebemos a investidura de especialistas na pós-graduação “lato-sensu”, em Segurança Pública, somando novos direitos e deveres à nossa condição de oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.

Se for certo que o bom aprendizado gera mais dúvidas que certezas e mais perguntas que respostas, será claro também que, a cada esforço de compreensão, a cada luta pelo crescimento individual e coletivo, assimilamos das forças cósmicas um novo “quantum” de Poder e Fazer.

As dificuldades são muitas, mas constituem tão-somente instrumentos da evolução.

A nossa profissão e as nossas práticas de policial militar voltam-se à materialidade e à integridade social no cumprimento funcional da letra da lei, dos estatutos, do regimento e do desdobramento operacional, nos ditames hierárquicos e da disciplina, como peculiaridade.

No terreno da ética, porém, a profissão policial militar iguala-se às demais profissões, pois toda profissão, em espírito, é essencialmente ética.

Surge aqui um fenômeno: o que é essencial – como no caso da ética – não podemos compreender e explicar suficientemente, a ponto de transmitir como um valor explícito e exato.

É possível ensaiar algumas conclusões sobre ética, apesar de, nesse empenho, esbarrarmos o tempo todo nas paredes limitadas do nosso campo mental: concordamos com o filósofo austríaco Ludwig, quando diz que falar sobre ética é a tentativa de dizer algo sobre o sentido último da vida, sobre o absolutamente bom, o absolutamente valioso, sendo ela – ética – uma tendência do espírito humano.

Ética constitui um valor da intimidade humana, e não se sabe, de cada um, a que percentuais ela se expande no âmbito do coração e da razão.

De todo modo, uma certeza permanece: não se impõe ética ou educação, no sentido de interioridade; e muito menos por palavras ou por decretos.

Todas essas questões pertencem ao mundo subjetivo humano e dependem exclusivamente da vontade e da decisão de cada um, entretanto, não podemos desistir delas, pois tal desistência seria antiética.

Não podemos desistir, pois esse ponto vital do nosso ofício – a Segurança, depende da ética.

Ética é amor, e sem amor não haverá segurança em nenhum lugar do mundo.

Esse nosso curso foi um exercício intensivo para a nossa pós-graduação, e o que pudemos ver, de mais precioso, foi o valor humano sendo exposto e derramado abundantemente na partilha de conhecimento, amizade e solidariedade.

Aos mestres e colegas, temos a dizer, por derradeiro, que os nossos corações permanecem, como sempre, abertos para a acolhida fraterna.

No aconchego da nossa alma, no calor das nossas mãos, experimentamos a paz de cada dia e a luta sem fim pelos melhores ideais humanos.

Deus nos fala e nos acompanha, para sempre.

Muito obrigado.

GUIMARÃES ROCHA- MAJ RR PMMS

Guimarães Rocha
Enviado por Guimarães Rocha em 04/04/2006
Código do texto: T133712