Paixão e vida

As pessoas se apaixonam, se desapainoxam, tornam a se apaixonar.

O amor e seus mesmos temas. A realidade em que nós viviemos aqui nos distancia totalmente de qualquer outra.

A vida é uma abstração, memórias, fotos meio amassadas, romances parados no ar, de vez em quando, passa alguém chorando, com uma carta nas mãos.

O elo perdido...e quase nunca...ser vítima é o melhor dos afrodisíacos.

O que vamos fazer com todos esses sentimentos iluminados apenas pela lua, a mais cheia que já vi. Toda noite, naquele imenso silêncio,onde colocar nosso desejo??

Serão os acasos, as coincidências, os encontros fortuítos. Um sinal, uma resposta anônima.

Meu amor, não sou exatamente uma gatinha, mas confesso, me sinto tão bem.

A noite no escuro do quarto eu quero ficar sozinha. Nesse universo não cabe nenhuma interferência.

Fazer o que com a morte, chorar por ela todos os sentimentos até ir se sentindo menor, diminuído de tudo, em uma tremenda impotência diante do que acontece, e nunca, nem sequer uma explicação.

A tristeza profunda, ela é economica, é uma não-intensão, uma ausência. A verdadeira tristeza não pede o menor excesso, é antes uma compreensão absoluta, ela é, ela não procura ser. Quase serena.

Um dia você tem que chorar, chorar lágrimas grossas, quentes, deixar escorrer todo o acúmulo, tudo o que se deposita no fundo e nem percebemos.

Dessa vez ninguém vai por você no colo, ninguém vai dizer as coisas que você precisa ouvir, não haverá nenhum consolo, a não ser esse reconfortante prazer de chorar.

Separe o que já morreu do que não pôde nascer ainda.

Sustento a dor, começo a dominar medo, qualquer coisa pela qual valha a pena viver: a arte, a música, a dança, a razão, o espírito, de louco ou de divino.

Viviangia
Enviado por Viviangia em 02/05/2009
Reeditado em 03/10/2010
Código do texto: T1571545