TODOS OS DIAS

De todos os dias, eu escolho esses,

Que me fazem sentir dor, medo;

Sentir as lágrimas que buscam abrigo entre meus lábios.

Desses dias, posso caminhar pela chuva,

Pelo sol, em dia nublado;

Ou simplesmente caminhar.

Dias desses,

Que me esconde em seus ponteiros

E que me leva a mastigar meu suor,

Meu pranto e minha dor.

Quem desses, me rasga a pele,

Sangra o chão

E morre sentado a beira de algum lugar?

Nesses dias, eu brinco de ser alguém,

De ser um e de ser todo mundo;

Mesmo sabendo que é embriaguez sofrer;

Mesmo sabendo,

Que estou cansado e bêbado em ser.

Cace-me nessas noites sujas,

Roube-me de algum lugar

E coma dessa carne enrijecida pelo tempo.

Desses dias eu quero a lágrima,

O cheiro,

As coisas para me proteger,

Para me libertar e me prender

De todas essas buscas de apenas um céu.

Estou exausto de todos os dias, e,

Intensamente entorpecido pelos cansaços.

Joel Fernando Borella
Enviado por Joel Fernando Borella em 03/09/2010
Código do texto: T2475481
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