Nada é só o que aparenta ser. Há verdades e realidades profundas atrás, na frente, abaixo, acima, antes e depois de tudo.
Revoltar-se e criticar ações monstruosas ostensivas e de efeitos chocantes é fácil. Difícil é tentar abranger e superver as causas e as causas das causas, que estão todas emaranhadas numa teia multidimensional e multitemporal.
Compreender os outros seres humanos, inclusive quando decaídos em linha de ações monstruosas, é um esforço necessário que caracteriza um nível superior ou pelo menos um nível socialmente razoável de humanidade. Isso nao quer dizer permanecer inerte perante as injustiças, insanidades e maldades, principalmente as de caráter sub-humano. Agir ou reagir sempre que necessário, para tentar corrigir ou ajudar a corrigir efeitos de ações negativas, mas sem baixar a guarda vibracional, sem se envolver no mesmo nível energético do ofensor através do sentimento da contraofensa vingativa.
[Se formos levar para o rigor discursivo, muitos de nós temos sintomas de monstruosidades em vários outros níveis. Somos frutos de várias engenharias meméticas (implantações estratégicas de memes, ideologemas ou ideias básicas em mentes individuais e coletivas), quer no plano individual, quer no plano coletivo, e muitas delas são teratogênicas psíquica, moral ou até fisicamente.
As grandes fábricas de teratos ou monstros individuais ou sociais são todas as frentes cognitivas radicais monoideológicas e insensibilizantes. Podem estar por exemplo em ambientes penitenciários ou em grupos de compartilhamentos de drogas, mas podem surgir também de ambientes eclesiais, universitários, midiáticos...
 
[Entendamos também como monstruosidade toda tendência ou comportamento negativo que descaracteriza o ser de sua condição de humano, a exemplo do egoísmo, o desamor ou insensibilidade perante as dificuldades alheias, a apatia e o preconceito. É... O olhar preconceituoso, intolerante ou odioso, seja por que motivação for, já é um olhar monstruoso. Já está se praticando a monstruosidade.]
 
Qualquer ambiente pode ser angelicalizante ou bestializante. Depende dos propósitos que motivam a força da egrégora.
Aparências costumam enganar. Às vezes as monstrificações mais preocupantes não são as ostensivas, chocantes e impactantes porque atingem diretamente os sentidos, mas são aquelas estrategicamente disseminadas via ambientes tidos como cultos, estéticos e intracoerentes.
Existem também o joio e o trigo ideológicos. Todos somos vítimas de um e de outro. Cada um tem seu lado joio e seu lado trigo. Mas nenhum ser humano é joio ou trigo completamente. O joio ou o trigo pode ser o que ingere corpo adentro, mas pode ser também o que se bota pra fora em forma de sentimento, pensamento, palavra ou ação.
Cada um age “joiamente” ou “trigamente” como fruto de um joio ou de um trigo ideológico que cresceu dentro de uma plantação histórica, cuja primeira semente pode ter sido enterrada há mais de mil anos em algum lugar do planeta.
 
Ninguém é memeticamente mal de nascença. Todos os chamados maus são resultado de um processo de maldosidade progressiva. São antes de tudo ignorantes desse mesmo processo. Quando se faz o mal para outrem, mesmo de caso pensado, nunca é nada inteiramente pessoal. Ninguém faz o mal por acaso, nem ninguém sofre o mal por acaso. Tudo é resultado de uma sequência condicionante à prática de um determinado mal ou de uma sequência de males.
A questão não é só reprimir, ignorar ou punir vingativamente quem faz o mal. Todos os chamados bons, porque simplesmente não fazem o mal, são de alguma forma responsáveis pelo mal dos maus. Não fazer o bem, inclusive o bem do perdão, da compreensão e da educação, já é semear um mal, já é gerar e fortalecer um pé de monstro. Pode não ser para colheita imediata, mas com certeza o é para colheita futura, seja amanhã de manhã, seja ainda durante a atual transição terráquea, seja no período DT (Depois da Transição), durante eventual convivência no expurgo planetário vindouro para a maioria de nós, em plagas retificadoras extraterráqueas.
 
Uma classificação possível de um ser humano autêntico é a de todo aquele que beneficia e que não prejudica sistematicamente e de forma consciente, seja a si mesmo, seja aos outros. Ele está em constante esforço de melhorar suas qualidades humanais, ainda que tenha seus momentos circunstanciais de afastamento da linha ascensional padrão, desde que dentro de uma faixa de tolerância. Isso se considerarmos não ser também tipicamente humana uma ascensão diagonal perfeita o tempo todo. Ou não é bem assim?
 
É melhor engendrar esforços pessoais para correger comportamentos e tendências das crianças e adolescentes no presente, para não ter de corrigir criminosos no futuro. Amar e amorizar agora a quem pudermos, para diminuir os baques do ódio e da odiação depois. É uma arte.
Ajudar a construir o mundo que se sonha, a partir dos exemplos pessoais no presente, tentando ser um espelho cincunrefrator da Luz do Mundo, sai mais em conta. É menos estressante. Faz mais bem para o coração de si mesmo e de todo o corpo social.
 
A meta é amar também os inimigos, e uma atitude inicial tendente a esse nível é não nos tornamos também inimigos.
 
{"Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. - Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Não procedem assim também os publicanos? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com isso fazeis mais do que os outros? Não fazem outro tanto os pagãos?" (MATEUS, 5: 43-47.)}
 
A justiça não tem finalidade vingativa. Tem a ver com o justo, com o tornar justo o injusto.
A reação com sentimentos, pensamentos, palavras e ações de ódio vingativo é tão injusta quanto as ações da injustiça sob julgamento.
Lembremo-nos da soma de números relativos: mais com mais dá mais, menos com menos dá menos.
Revidar uma ação monstruosa já perpetrada com uma energia monstruosa avolumada e projetada em ondas de pensamento é dobrar o efeito negativo no ar. E é desse combustível que os espíritos do mal se fortalecem para influenciar os homens na repetição de ações futuras de mesmo jaez ou piores.
Ademais, se Você lançar agulhas de ódio na direção seja de quem for e seja por que motivo for, algumas delas poderão sobrar e perfurar sua própria alma, com repercussão instantânea no corpo químico e, logo em seguida, no corpo físico.
Sentiu-se atingido com -5 de energia negativa? Reaja com +10 de energia positiva! Resultado: sobram +5 de energia positiva no ar. E é desse combustível que os bons espíritos estão se valendo para propulsionar esta nave-mãe planetária rumo a um destino cósmico mais feliz. Quem contribuir mais com ações e reações positivas, há de continuar a ser tripulante necessário nesta viagem, até o fim de linha. Do contrário, poderá ser impelido a saltar numa das próximas estações.
 
A qualidade de todo ambiente social é determinada muito mais pela prevalência da somatória de energias interorbitais do que por regras externas de conduta. Disse o Mahatma Gandhi: “Se um único homem chegar à plenitude do amor, neutralizará o ódio de milhões”. Imagine, então, o que pode fazer uma coletividade de pessoas concentradas num mesmo objetivo.
 
O perdão é produtivo. Não somente fortalece a resistência emocional, mas também gera um campo hiperpositivo mais duradouro em derredor de quem perdoa. Tende também a imantar de alguma forma o perdoado. Perdoar não é simplesmente deixar para lá, absolver, nem é oferecer fisicamente a outra face. Muito menos é continuar como alvo passivo da ação ou das ações negativas continuadas em sua direção. Perdoar é não se sentir agravado, é superar o agressor pelo superentendimento, é ajudar o agressor a se melhorar, a se redimir, a crescer, ainda que pela oração e pelas boas vibrações à distância.
 
Não dizem que a prece é a força dos homens e a fraqueza de Deus? É uma das formas de alterarmos para melhor nosso pré-destino. E a isso o Mahatma Gandhi, mestre da resistência pacífica, arrematou: “Orar não é pedir. Orar é a respiração da alma.”
[Obs.: Se Você concordou com esse prisma físico-oracional, peço-lhe incluir este escriba na sobra de alguma oração que Você dirigir a Deus pelos mais necessitados, seja oração-compreensão, seja oração-tolerância, seja oração-perdão.]
 
{"Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o coração." - André Luiz, escritor espiritual}
 

Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 07/02/2011
Reeditado em 07/02/2011
Código do texto: T2776608
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