A Mudança

Quando pensamos em mudança de vida, a primeira coisa que nos vem a cabeça é que é uma alteração de alguma coisa, ou situação . Sempre esperamos que a mudança comece onde não deve, ou seja, fora de nós. A mudança não é apenas uma troca de endereço, casa, cidade, estado, país, continente. Não é simplesmente trocar os móveis velhos por novos, mudar os objetos de lugar, vestir roupas diferentes, trocar a cor dos cabelos.

É muito mais difícil e profundo. Requer uma renovação no modo de ser e de pensar. É uma ruptura entre o que fomos e somos com o que queremos ser. É íntimo, pessoal, intransferível. A mudança não está no outro, na família, na sociedade. Cada um de nós é livre, tem o poder de decidir, escolher o que quer da vida. Podemos mudar desde que queiramos e desde que haja uma ação de nossa parte para isso. Temos a facilidade de transferir a necessidade da mudança para o outro, seja ele namorado(a), marido, esposa, filho(a), amigo(a). Não reconhecemos nossas falhas, nossos erros. Sempre estão longe de nós. Volta e meia nos pegamos mentindo para nós mesmos, dizendo coisas do tipo: - Eu não tive culpa! - Eu só queria o seu bem! - Ele não me entende! - Tudo o que faço é pensar em você! Não sei se tentamos nos enganar , afinal é menos doloroso culpar os outros ou se temos medo de aceitar que somos imperfeitos, incompletos e que a mudança é difícil, trabalhosa.

O fato é que não há mudança sem novas ideias e pensamentos, sem abrir mão da teimosia de estar sempre com a razão, sem a paciência de ouvir o que o outro pensa , sem o diálogo aberto a respeito de sentimentos, emoções, atitudes. A mudança requer humildade, quebra de dogmas, preconceitos, estar aberto a novas experiências , novos sentimentos, novos pontos de vista. É reconhecer que precisamos estar em constante evolução, abertos ao novo, não aceitar como perfeito e imutável as coisas que fazemos e a forma como pensamos.