Medo do escuro

Novamente me viro na cama. Tento dormir mas o sono não vem.

Sua imagem invade meus pensamentos. Choro tentando impedi-lo. Em silêncio, grito e agonizo.

Nenhum som é capaz de deixar a minha boca e de tanto silêncio, essas memórias me dão ânsia.

Não, não sou mais uma garotinha, mas estou com medo. Silêncio.

Tempos já se passaram, porém as feridas não fecharam, o seu cheiro permanece em meu corpo assim como ainda sinto sobre meu peito a sua barba seca e áspera.

Invade-me, sem permissão suas mãos tocam meu corpo, seu olhar penetra em minha alma e, imóvel, eu choro.

Quantas meninas abusadas, por que me sinto tão culpada?

Ainda tenho medo.

Na cama me reviro, estou cansada, mas desisto de dormir.