Sobre Sonhos, Silêncio e Sangue
Sonhei que estava livre...
As palavras, enfim, saiam da minha boca, e voavam sem intenção de voltar, eu sorria.
Finalmente a ponta da caneta, podia mostrar o que me angustiava por estes tantos anos. A tinta lavava a minha alma e pintava o papel.
Sonhava; porém, acordei...
Presa na cama, sufocada por tantos lençóis a minha respiração pesava. O som da minha voz, nada mais era do que um silêncio devastador.
Angustiada, sabia que só a dor poderia me distrair deste vazio.
Então a caneta se fez lâmina e a tinta que enfeitava o papel, nada mais era do que o sangue descendo pelos meus braços, decorando a minha pele em formato de "S".