Flor de Lótus

Para muitos o símbolo natural da superação não pode ser outro a não ser a figura mitológica da Fênix, imponente ressurgindo das cinzas, obviamente que no intuito de diferenciar­-me, não que tenha a pretensão de fazer­me maior, mas minha alma identifica-­se com outro significante, tal seja a flor do lótus, pequenina e frágil, porém nascida no ambiente mais inesperado e desproporcional a sua beleza. Alcança-­me sua súplica requerendo mais que a simples força do ressurgir da destruição e da morte, mas a persistência da continuação do belo no inóspito, no hostil. Semelhante súplica faz o sândalo, porém ainda mais virtuoso, supera a beleza e chega às vias extremas da doação e do sacrifício, perfumando o machado que o fere.

De forma análoga às forças simbólicas ilustradas acima, faço ver nossos comportamentos cotidianos, cobrando­-nos e exigindo­-nos dia a dia, mais e mais força, suavidade e virtude, ondeevidente as forças da luz fazem­ se tal qual o próprio amor, suaves e incessantes. Ademais carece-nos olhos para ver, ouvidos para ouvir e portas para se abrirem os sentidos, pois carecemos sentir, esses significantes, demasiadamente belos extraordinariamente singelos, tanto que a aponto do imperceptível.

E por não termos esses olhos de ver, nem esses ouvidos de ouvir, nem faze­mo­nos portais a se abrirem, por não sermos capazes de sentir, tornamo­nos frios e apáticos, cegos que somos aos sinais demasiado presentes em cada pequeno âmbito de nossas vidas. E a vida em contrapartida nos exemplifica minuto a minuto os efeitos de nossos atos. Nos presenteia a experiência dos amigos, dos amores, das dores. Faz­nos ver ainda que cegos que tudo evolui, mesmo que não queiramos, que não acreditemos, e quando nos damos conta nós mesmos já somos outros e nem percebemos.

ELIENE COSTA
Enviado por ELIENE COSTA em 19/08/2014
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