HOMENAGEM A UMA NONAGENÁRIA

Há 90 anos nascia, em um dia primaveril, sob regência de uma promissora lua em sua fase crescente, na zona rural denominada Picão, na cidade de Curvelo - MG, uma encantadora menina, que, por motivo de discrição, darei o pseudônimo de CECÊ.

O tempo foi passando e ela foi se tornando um exemplo de ser humano, a ser seguido.

NOVENTA ANOS VIVIDOS COM MUITA INTENSIDADE!

Quantas, alegrias, quantos encontros, quantos desencontros, quanta provação, quanta superação..., ufa! Quanta estória!

Com o passar dos anos, várias vão sendo as denominações pelas quais a referida senhora é evocada:

• Para os irmãos, NOVE, mais ela

• Para o marido CECÊ, LUTA;

MEU BEM;

• Para a maioria das pessoas DONA CECÊ;

• Para os DOZE filhos MÃE;

• Para os VINTE E NOVE netos VOVÓ CECÊ;

• Para os VINTE E DOIS bisnetos BISAVÓ CECÊ;

• Para as DEZENAS de sobrinhos TIA CECÊ;

• Para os contemporâneos mais íntimos CECÊ.

Embora sejam muitas as denominações pelas quais aquela senhora é evocada, o respeito e a admiração por parte de todos que a conhecem é notório, único.

Manteve-se casada, enquanto foi da vontade divina, o que perdurou por quase 6 décadas, com quem formou uma família tão numerosa e orgulhosa de sua descendência.

Criar tantos filhos assim, sobretudo em uma cidade do interior, com parcos e custosos recursos, foi uma façanha heroica. Mas, se por um lado os meios providos eram escassos, por outro, Deus lhe conferiu, como a poucos, sabedoria, resignação para superar dificuldades.

Não foi mesmo fácil, foram muitas as provações. Contudo, com serenidade, astúcia, perseverança e alegria de viver a senhora foi suplantando cada um dos obstáculos e nos criou a todos com muita sabedoria e honradez.

A sua jornada diária era demasiado longa. Iniciava antes mesmo do nascer do sol, quando preparava a matula e o café da manhã do marido, preparava o café da manhã para a família, preparava os lanches e os filhos para a escola. Lavava, passava, cuidava da casa, cozinhava, levava-nos ao médico e se superava a cada dia para cumprir a sua grande missão de ser mãe, esposa e dona de casa zelosa.

Não têm essas poucas e pobres palavras aqui escritas, a pretensão de retratar toda essa longa trajetória, visto que só seria possível através de um encorpado livro com milhares de páginas. Mesmo assim, por mais habilidoso, sensível, esmerado e rebuscado que fosse o escritor dessa fascinante biografia, não conseguiria ele traduzir em palavras, ou por qualquer outro meio, as incontáveis experiências boas e ruins por ela vividas.

Portanto, para não ter frustradas as minhas mais genuínas pretensões, limito-me reconhecer a minha pequenez ao admitir que não tenho palavras para descrevê-la.

Elevo os meus agradecimentos a Deus por me ter concedido a graça de tê-la conhecido e podido compartilhar momentos grandiosos em sua companhia.

Parabéns dona CECÊ e que Deus continue sempre, assim como o fez até aqui, a te abençoar e a te acolher em Seus braços, dispensando-lhe os melhores e divinos cuidados.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 01/12/2014
Reeditado em 02/12/2014
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