CAPITÃO DESGRAÇA

A burguesia é a classe social detentora dos meios de produção e empregadora do proletariado, que vende àquela a sua força de trabalho e o seu tempo a fim de se sustentar. No mundo atual, a hipossuficiência econômica fragiliza o poder de barganha (negociação) do proletariado nas relações com um sistema econômico competitivo, que menospreza os valores éticos quando é predatório, ensejando a exploração inescrupulosa da classe trabalhadora. A competição predatória anula o raciocínio crítico do proletário, que toma decisões baseadas na urgência de satisfazer as suas necessidades básicas de sobrevivência. “Para o triunfo do mal é necessário que os homens bons nada façam”, declarou o filósofo irlandês Edmund Burke, que sustentava o princípio constitucional da soberania do povo, do qual emana todo o poder político. Como algumas pessoas admitem a ideia de lucrar à custa do sofrimento das camadas sociais mais vulneráveis à exclusão social? O capitalismo predatório não quer a minimização da pobreza. Tudo o que essa lógica microeconômica quer é a maximização do lucro.

O desenvolvimento progressivo dos programas sociais é o resultado do crescimento populacional e das necessidades básicas dele decorrentes. A expansão industrial provocou mudanças importantes na sociedade moderna, exigindo repostas políticas às questões sociais que emergiram do processo de globalização da economia de mercado. Para se construir um grande país, é preciso buscar objetivos que exijam grandes esforços. Por isso, apesar dos interesses econômicos da superestrutura capitalista, as pessoas de bem desejamos, com a nossa sinergia, que a miséria humana não continue gerando lucros exorbitantes às corporações, que o sensacionalismo deixe de dar audiência aos canais de televisão, que a diversidade étnica, cultural e religiosa não seja motivo de discriminação, e que a melhoria da qualidade do sistema de ensino seja o alimento que há de sustentar o desenvolvimento de uma sociedade justa, com igualdade de oportunidades para todos os cidadãos e sem preconceitos de qualquer natureza. A educação é o terreno onde se cultiva uma nação próspera. O crescimento econômico, quando desacompanhado da evolução da classe estudantil, não é sustentável por muito tempo. O povo unido e instruído jamais será vencido pelas estratégias do Capitão Desgraça baseadas no lucro a todo custo.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 11/08/2015
Reeditado em 02/08/2017
Código do texto: T5341997
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