Melhor Discurso de Formatura de Direito

É com muita emoção e alegria que cumprimento com uma boa noite: a mesa, na pessoa do magnífico Reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, aos meus colegas formandos, aos nossos pais, familiares, amigos e a todos que nos honram com suas presenças.

O Ministro do STF, Luis Roberto Barroso, quando foi patrono de uma turma de Direito, afirmou que: Ninguém é bom demais, ninguém é bom sozinho e é preciso agradecer. Nesse sentido, comecemos agradecendo a Deus que até aqui nos ajudou, concedeu-nos a vida, a capacidade de aprender e a oportunidade de comemorarmos esta conquista com as pessoas mais queridas e amadas de nossas vidas... Agradecemos aos nossos pais, que com muita dedicação não mediram esforços para que hoje realizássemos este sonho, aos familiares e amigos por todo o apoio e por acreditarem que chegaríamos até aqui. Agradecemos, também, aos professores e a toda a equipe da Pontifícia Universidade Católica de Goiás que se empenham para transformar alunos calouros em grandes profissionais, assim como um artífice que faz da matéria prima uma notável obra de arte.

Representar em palavras o que sentimos neste momento e ao mesmo tempo não enfadá-los com um discurso clichê não é tarefa fácil, sobretudo, porque o discurso parece casar perfeitamente com a nossa futura profissão. No entanto, em lugar de um longo texto, proponho que vejam o brilho em nossos olhos e sintam a emoção em minha voz para terem a certeza de que este é, sem dúvida, um dos momentos mais importantes de nossas vidas.

Palavras não poderiam descrever a emoção deste momento...

Começo, então, pelo princípio e quantos princípios eram! Institutos jurídicos, Leis, doutrinas, jurisprudências, os vademecuns e um “juridiquês” que nos encantava... As primeiras aulas, as avaliações, os trabalhos, os intervalos e com isso as amizades que surgiram: algumas desde a primeira até a última semana de aulas, algumas acadêmicas, algumas para a vida inteira...

Passaria vários minutos descrevendo cada detalhe da nossa graduação; no entanto, temos que nos “ater aos prazos” e de tempo entendemos bem. É na efemeridade da vida que nos percebemos capazes de construir sentimentos eternos e, ainda que, as lembranças se apaguem de nossas memórias, o que guardarmos no coração há de permanecer intacto com o passar dos anos.

À Propósito, o Sábio Salomão, em Eclesiastes 3, escreveu uma das mais valiosas lições sobre o tempo, assim, “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”.

Hoje é o tempo de concluirmos mais uma etapa! E de um passado recente guardaremos o aprendizado, as amizades e as lembranças... Do presente temos a nossa maior conquista: graduarmos! E para o futuro: muitas perspectivas e a celebração do pacto que unirá nossas vidas em um só propósito: sermos pessoas melhores na sociedade. Lembrando que a vida não consiste somente numa carreira brilhante no direito, mas, sim, no que realizaremos daqui para frente, no sentido de praticarmos toda a ética, igualdade e justiça que aprendemos em teorias, no trato gentil e honesto com todos, sem discriminação ou preconceitos e, sobretudo, na solidariedade com quem precisar de nós, atentos para não incorrermos no que Rui Barbosa afirmou, isto é, não desanimarmos da virtude, ou rirmos da honra e nem sequer termos vergonha de ser honestos.

Obviamente o Direito requer muito mais do que poderíamos aprender em 10 ou mais semestres da graduação. Exaurir seu campo semântico, em sala de aula seria impossível. Todavia, já alcançaremos êxito em sermos pessoas mais éticas e justas do que éramos quando ingressamos na faculdade.

É comum dizer que o importante não é como se começa; mas, sim, como se termina. Ouso, contudo, a afirmar que é preciso começar bem e terminar ainda melhor; pois, independente de quanto tempo demore, colheremos exatamente aquilo que plantamos.

Avalio que começamos bem, escolhendo um grande curso e agora terminamos com a responsabilidade ainda maior: sermos os melhores operadores do direito, selados pelos valores que aprendemos e compartilhamos durante estes anos.

Parafraseando Roberto Lyra Filho, a maior dificuldade do profissional do Direito não será mostrar o que ele realmente é, mas dissociar as imagens falsas ou distorcidas que muita gente aceita como retrato fiel.

Aqui, retomo as ideias estabelecidas por Barroso, em seu discurso, e proponho aos meus caros colegas formandos que celebremos um pacto: o de desfazermos estas imagens falsas do profissional do direito que a sociedade construiu. Portanto, eis, então, algumas cláusulas do nosso pacto: 1º. Não formarmos opinião sem ouvirmos os dois lados; 2º. Não somos donos da verdade, até porque a verdade não tem dono; 3ª. O modo como tratamos e falamos com as pessoas faz toda a diferença, um tratamento mais igualitário e humano faz toda a diferença; e 4º: Sejamos bons, justos e corretos mesmo quando ninguém estiver olhando.

Neste momento despeço-me carinhosamente de todos e Finalizo com a seguinte reflexão

Talvez as conquistas sejam só o detalhe final... as emoções, alegrias e aprendizados estão na trajetória que nos propomos a caminhar...

E durante a caminhada, a maior de todas as virtudes é nunca se desvirtuar...

Aryadne Caetano
Enviado por Aryadne Caetano em 20/08/2015
Reeditado em 01/09/2023
Código do texto: T5353472
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.