O Super-Homem do meu país

Numa altura de crise, de instabilidade e metas infindáveis o ser-homem e a ser-mulher tentam sobreviver custosamente às atrocidades diárias com que se deparam. Ora é o apelo de uma nova religião ora é o imposto automóvel que aumenta inevitavelmente. Ora é um qualquer Toni que é espancado mortalmente, ora é um novo-rico a aparecer... Num mundo de guerra, de ironias e de anedotas ambulantes, as pessoas arredam-se de muitos valores, perdem os ideais outrora defendidos, elaboram greves, criticam, somam-se as greves, multiplicam-se as críticas e as pessoas lá se vão esquecendo de que a vista mais baixa da sociedade, com ambições intrínsecas, com ideais aptos e capazes para serem explorados, com saudades do MacGyver, do Michael Knight, noutro tempo seus aliados às sete da manhã, seus aliados nos jogos e nas brincadeiras esperam mais deste mundo. É um pouco por isso, que é difícil olhar pra frente.. e ao contrário daqueles semi-ditados reles que apelam à corrida tresloucada sem nunca revirar os olhos para a retaguarda,(como se atrás de nós viesse um qualquer mata-mouros, ou um adamastor mauzito que quisesse ajustar contas baratas connosco) reviver faz muito bem. Há algum tempo peguei numa daquelas BD antigas e reli as aventuras emocionantes de ratos, vacas, cães e patos que, ao que parece, estão sempre bem-dispostos.