Mais uma de saudade
Ah como me dói esse sentimento que tão poucos conhecem com tanta clareza, como me martiriza a idéia da distância.
Sinto a pele queimar e saio louco, em chamas, correndo e rasgando à unha minha própria carne, atirando os pedaços aos cães que se saciam com meu sofrer. Vejo escorrer todo meu sangue por meus olhos.
Há como dói chorar assim...
E quando me vejo por demais cansado me atiro à cruz, abro os braços e espero os cravos. Cada centímetro daquele frio metal perfurando, rasgando minha pele, moendo meus ossos e envenenando meu sangue causa uma dor infimamente menor do que a que sinto quando lembro de teus olhos, tua voz.
Hiroximas seriam necessárias para ilustrar meu sofrer e talvez o choro de todas as guerras chegue perto do que sinto ao desligar o telefone.
Mesmo assim eu me recupero, tento ao menos, ponho sal nas feridas e me arrasto de volta a vida.