A Engenharia, e o caso Fox...

Vejam a matéria no site abaixo antes de ler:

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81441-6014-507,00.html

Bom, como acredito que a Engenharia deve exercer seu papel além do cotidiano social, deixe-me usar o caso do carro Fox como meio retórico para este pensamento, e desabafo. Gostaria muito que a paciência fosse um bem de todos, ou seja, leiam se quiserem.

O mundo é interpretado através de diversos pontos de vistas, crenças, maneiras de felicidade, etc. E a maneira como a Engenharia interpreta tudo é: de que tudo é Engenharia. Os movimentos dos meus dedos sobre este ato de escrever um texto, a mecânica de nosso braços, nossos instrumentos de trabalho; os circuitos de nossos neuro transmissores; o som que toca sua música, o movimento do vento que ecoa nos nossos ouvidos; o formato dos nossos pés para suportar nosso peso; a curvatura dos ombros daquela mulher bonita; as covinhas esperançosas do sorriso de uma criança; os parafusos que seguram nossa realidade; os plásticos e carenagens que cobrem as partes feias dos sistemas; os espelhos que mostram nossa vaidade; as mentiras que queremos ser; a queda e o pára-quedas; a estrada e o pensamento disperso, a paisagem e os caminhos diversos; a velocidade da bola, e o cruzamento do golaço; a sensibilidade e os poemas póstumos; a vontade de viver e o medo de morrer, isso é Engenharia. O pensamento de que “desse jeito não ta bom, precisamos melhorar”, a fadiga cerebral que torna-nos homens; o prazer de respeitar sua família e os outros; o desejo pelo vento e conseqüente quebra de paradigmas, isto é Engenharia.

O lego, playmobil, lango-lango, pogobol, peão, papagaio, futebol, Engenharia.

Paris, Ushuaia, Milwaukee, Cingapura, Santiago, Buenos Aires, Manaus, Nova Iorque, Barbalha, nada disso existiria sem Engenharia. A cerveja namorando as fritas batatas, só com Engenharia. As artes, a cozinha, forrar a cama, tirar as roupas enxutas do varal, Engenharia.

A essência de nosso planeta, Engenharia.

Portanto, é clara a percepção da genealogia moral da Engenharia, fazer o Respeito ser algo próspero.

Para aqueles que se propõem a dedicar sua vida nesta paixão de fazer as pessoas serem felizes, com o vento e conseqüente quebra de paradigmas, que estejam integralmente dedicados a isto, dentro ou fora de fábrica ou local de trabalho. Que seus corações sejam belos e puros para receberem com afeto este maravilhoso objetivo, melhorar a vida das pessoas.

É triste quando a vaidade e a perda dos valores mais bonitos da Engenharia acontece. É triste quando pessoas totalmente dispersas e carentes de amor assumem o poder. O maior exemplo que encontrei até hoje para destrinchar a respeito deste assunto, foi o recente o caso do carro Fox. Uma falha de Engenharia, perdão, engenharia, que tornou-se um mutilador de corpos. Um exemplo claro do “deixa assim mesmo, tá dando dinheiro”, “ahhh, no projeto que vem a gente vê se muda...”, “vamos deixar como tá por enquanto”, “mas e aê, tem que investir em ferramentas, e até o chefe aprovar, e estar pronto, vixi...”, “tem que pedir a bênção pra Alemanha... os caras não vão querer mudar...”, e por último e mais triste: “tava no manual”, é o mesmo que dizer: “não leu, se fudeu...”.

Envergonha com certeza aqueles que sonham com um mundo melhor.

Afinal, fazer carro pra quê? Produzir pra quê?

Pra trabalhar, pra passear, pro lazer, pra levar o prazer à sua família, carregar seus instrumentos, visitar os melhores amigos, em alguns casos fazer amor, ir visitar os avós, e não para guerrear...

Esse sentimento de guerra é o princípio da queda de qualquer entidade, grupo, empresa... Disputas idiotas e infundadas. As pessoas esquecem que a ordem da Lei Absoluta é:

1º lugar - O prezar por si próprio, só podemos ajudar se estamos bem, de saúde, de mente, de espírito, e musicalmente (vida). A aeromoça ensinou isso quando disse que precisamos primeiro colocar a máscara de oxigênio em nós mesmos pra depois termos condições de ajudar bem os pequeninos;

2º lugar - O prezar pelo bem estar dos outros, e dos seus empregados, guerras não. Nada de dor física! Somente a dor que faz crescer: a dor do duelo do simples e do complicado, a dor do aprendizado, a da quebra de paradigmas. Fazer o bem sim, respeito e compreensão (segurança);

3º lugar – Surpreender o mundo com coisas boas, prazerosas, que proporcionem vento, e sejam inesperadas, ver o sorriso de felicidade e admiração em cada uma das pessoas (qualidade), e;

4º lugar - Atendê-los observando seus próprios limites, pois querer abraçar o mundo com as pernas é egoísmo, igual á falta da percepção do verdadeiro amor próprio. Fazer isso significa não querer que as pessoas sejam tão felizes quanto você, ou seja, saber dosar ao seu limite as quantidades das ajudas para que sejam de fato válidas (produção).

Qualquer inversão desta ordem causará o início do câncer da sustentabilidade. Os grandes líderes entendem, por que com certeza são boas pessoas com suas famílias, amigos, e amores. E assim, consequentemente, projetos nascem com amor e carinho, são admirados, são queridos, valorizados, e eternizados.

A metástase deste câncer é evidenciada e batizada quando há a resistência em reconhecer o furo desta ordem.

“Tava no manual...” é triste e caótico, foda-se o manual!

Para a vida não existe manual. O produto deverá refletir vida, e o manual deverá ser utilizado como um livro de consulta que a gente lê quando dá vontade. E é assim, ta muito claro. Quando você nasceu lhe deram um livro chamado “O Manual da Vida”?

Respeitem a Engenharia, pois ela é a vontade de viver.

Volks, você conhece o seu papel com estes princípios e a vida, sei disso, e não é de agora, de 1937 pra cá você já passou por muitas coisas, portanto cuide direito de seus Engenheiros, e Líderes, alguns deles não estão bem, precisam refletir.

Sejam Engenheiros na sua Musica, Administração, Psicologia, Filosofia, Arquitetura, Design, Jornalismo, Medicina, Odontologia, Turismo, Direito, Letras, Contabilidade, Economia, Fisioterapia, Enfermagem, Pedagogia, Educação Física, etc, etc, etc...