Ainda é tempo

É verdade amigos, eu vi!

Eu vi tudo brotar da terra

Curiós cantando, os bemtivis,

Aquele clima que era de serra.

Eu vi os peixes em rio cheio,

Vi grandes árvores, grandes florestas

Hoje o sertão, amigo, é feio,

De animais, já pouco resta.

Mais vejo ainda uma esperança,

Pode crescer ainda é criança.

Eu clamo a todos por consciência;

De que nos vale pedir clemência,

Se exterminamos com nossas mãos

Mãos que se unidas: A solução!

jrpalácio

As matas destruídas, mortos sonhos,

O solo se tomando em aridez.

O quanto desta vida se desfez

Em ritos de ganância tão medonhos.

Cenários de agonia, mais tristonhos,

A Terra desnudando a sua tez,

Somente o que restou: tanta avidez,

Matando os velhos prados, bons, risonhos.

Nas mãos deste terrível predador,

Invés de uma esperança, só pavor,

Imagem destruindo a semelhança.

As águas cristalinas deste lago,

Guardadas na retina ainda trago,

Porém o que restou: frágil lembrança.

MARCOSLOURES

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 30/10/2008
Reeditado em 31/10/2008
Código do texto: T1256920