Ainda é tempo
É verdade amigos, eu vi!
Eu vi tudo brotar da terra
Curiós cantando, os bemtivis,
Aquele clima que era de serra.
Eu vi os peixes em rio cheio,
Vi grandes árvores, grandes florestas
Hoje o sertão, amigo, é feio,
De animais, já pouco resta.
Mais vejo ainda uma esperança,
Pode crescer ainda é criança.
Eu clamo a todos por consciência;
De que nos vale pedir clemência,
Se exterminamos com nossas mãos
Mãos que se unidas: A solução!
jrpalácio
As matas destruídas, mortos sonhos,
O solo se tomando em aridez.
O quanto desta vida se desfez
Em ritos de ganância tão medonhos.
Cenários de agonia, mais tristonhos,
A Terra desnudando a sua tez,
Somente o que restou: tanta avidez,
Matando os velhos prados, bons, risonhos.
Nas mãos deste terrível predador,
Invés de uma esperança, só pavor,
Imagem destruindo a semelhança.
As águas cristalinas deste lago,
Guardadas na retina ainda trago,
Porém o que restou: frágil lembrança.
MARCOSLOURES