A volta

O fim é inevitável, sempre vem

Não há quem vá viver para semente

Relógio que não para, vai em frente;

Já me imagino ser esse ninguém

Que um dia aqui passou, como e por que?

Restando esta lembrança; velhos versos!

Quem sabe em outra grei, outro universo

Vagando sem destino eu possa ver

Os rastros que trilhei, do bem ou mal

Trilhando em outro plano vou no tempo;

Aonde aportar? Belo mistério

Voltar e reencarnar... Eu falo sério;

Não há que ter na alma, ressentimento.

Aportar em nova matéria... Genial!

josérobertopalácio

Voltar a ser o mesmo que já fui,

Mordendo as velhas iscas do passado,

Se o tempo que transcorre nada influi,

Prefiro o que julguei abandonado.

Palácio da esperança, assobradado,

Não vale este castelo que hoje rui,

Metade do meu tempo mergulhado,

Na vida que sonhei e agora pui.

Se tudo o que tivermos inda influi

No verso que jurei abençoado,

Cevar o meu futuro, o sonho intui,

No fundo, já fiquei acostumado,

A ter o que a verdade manda, imbui,

Do que morrer sem rumo, aqui parado.

marcosloures

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 21/11/2008
Reeditado em 24/11/2008
Código do texto: T1295784