Falando nada / Você disse tudo

Falando nada...

A minha mente é assim

Um tanto quanto embotada

E quando me falta assunto

Eu fico falando nada

Então apenas relaxo

Que saia como sair

Meu subconsciente se acha

E ajuda a me definir

As palavras são benditas

Sempre sabem o que dizer

Se não as ouço, fazem fita

Tentando me endoidecer

E eu fico assim escrevendo...

O que será que vem agora?

Meus dedos estão fervendo

Vou decifrá-los sem demora

Então vou falar das flores

Daquelas bem coloridas

Que enriquecem os amores

E deixam a vida mais linda

Cuidado que eu perco a rima

E assim o meu verso é fraco

Pois se eu não ficar em cima

Até posso cair num buraco

Bah! Essa ficou fraquinha

Mas não há o que fazer

As palavras mandam em mim

E os meus dedos estão a correr

Então vou falar dos senhores

Daqueles que usam fraques

São cheios de pompas e olores

Que nos laçam em pleno combate

Tem também os canalhas

Esses são tão vigorosos...

Prefiro esses, não espalha

São muito mais calorosos

Os santinhos são sem graça

Ficam só no chove-não-molha

Então fica aí, não me atrapalha

Não me cubra com sua mortalha

E o versar dos poetas

Quem sabe fazer mais bonito?

Uns escrevem coisas belas

Já outros, só fazem ...

Mas que isso não seja importante

Pois o que importa é navegar

Em ondas que cintilam brilhantes

Ou que escurecem o fundo do mar

Eu também sei fazer verso

Desse jeitinho... só meu

E a quem disser o inverso

Não sabe com quem se meteu rsrs

Sou briguenta e atrevida

E querida como eu só

Só quero enfeitar a vida

Ora, você! Tenha dó!

Uma coisa me apoquenta

Pois é pura sacanagem

Enquanto uns versam bonito

Eu aqui, falando bobagem

Mas uma coisa eu posso garantir

E comigo vocês haverão de convir

Há muito poucos por aí

Que sejam assim, tão versáteis

Pois eu escrevo de tudo

De coisa medonhas até coisas belas

Tenho estilo indefinido

Vai do momento que pondera

Minhas m...s não apago

Não tenho por que me esconder

Eu sei, elas fazem estrago

Tem algumas de doeeeeeer

Grande coisa, né, minha gente?

Todos temos momentos ruins

E já que não tenho mais rimas

Dou boa noite, bom dia e...

FIM!

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Ficou muito ruim? Podem dizer

Tenho alma mas não sou poeta

Apenas gosto de escrever

E nem adianta eu prometer

Tentar melhorar da próxima vez

Pois tudo em mim vem da alma

Escrever tanto me excita quanto me acalma

E no final das contas só o que conta é o prazer

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Você disse tudo, poeta...

E sabe de uma coisa?

Conheço meia dúzia de bestas

que, como caranguejos em cestas,

ficam arranhando frestas

em versos que não se devem rimar.

Mas caranguejos em cestas,

arranhando frestas?

Confundem-se estas bestas!

Metáforas em versos? Agora estas!

Estes tolos infantilóides,

que guardam aquários em armários,

respiram sisudos e seus desvarios

reclamam a batatinha quando nasce.”

Geralmente são primários,

nas suas pretensiosas críticas

ignorantes, bestiais, ridículas.

Não passam de farsantes,

Ou como prefeririam, falsários!

Estas bestas bufantes!

(Chico Mineiro)

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Ana Átman
Enviado por Ana Átman em 11/12/2008
Reeditado em 30/05/2010
Código do texto: T1330277
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