*Pó de Estrela*

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        Dueto com o catedrático poeta Tusta.


- Num principesco olhar de uma serpente fui atraído qual pássaro
  indefeso.

- Usei a astúcia tão adequada como um provérbio chinês girando a
  roleta paraguaia.

- Quis saber qual seria a influência do chicletes na civilização
   holandesa.
 
- Isto deixou irados os índios da Guatemala e poucos sabem do fato.

- E a serpente nos serpenteou em chinês, holandês num gualemateco
  pensar paraguaio.

- Seja bem vindo! Improvise a sua jogada de mestre.

- Desembucete o seu cântico lírico pelas alamedas da poesia e dos
  bosques de cetim.

- Vomite de suas entranhas o cantar libertino nascido do desfiladeiro
  profano.

- E saiba, como diria Millôr Fernandes, que para os homossexuais, os
  heterossexuais são uma aberração da natureza.

- A mão que balança o berço, não é a mesma que me conduzia a
  sugar os pervertidos seios.

- Morocoxô sorvi seu leite de cabra no cio em plena caatinga trepando
  feito vara verde nos buritizeiros da vida.

- Não obstruo o meu gozar o que me ordena é o que ordenha no sexo.
 
- Conduzo em mãos fortes a frágil flor cujos espinhos ferem-me na
  cálida manhã  dos jardins glaciais em norte pólo.
   
-Bendigo o desejo no pulsar definido do néctar,  anseio flutuar  no
 mel abrasador de tua colméia.

- Sou feito de pó de estrelas, não roubo-lhe somente o brilho, dele
  tenho a matéria; sou o pó que contém o ouro, o ferro, as moléculas,
  o átomo, a vida, o amor e a putidão.

- Olhe para o céu noturno... e verás!



SAM MORENO
Enviado por SAM MORENO em 29/09/2009
Reeditado em 29/09/2009
Código do texto: T1838145
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