A SAGA DE JOÃO E MARIA

Eram como a noite e como o dia

Pois não se viam nem na folia

Nunca deveriam se encontrar

Embora entendessem de amar

Um era descendente da Bahia

E vivia a sofrer na maior nostalgia

O outro foi nascido em além-mar

E esperava a hora de se aproximar

Mas talvez por grande ironia

Por mais que sonhasse não podia

Havia a ousadia do nobre destino

Que não favorecia aquela alegria

Por amor, paixão ou porfia

Os dois ajoelhados rezavam

E por simples querer divino

O rala e rola acontecer podia

Viriam os dois a se enamorar

Nem que a vaca tossisse sem ar

Como por fábula ou fantasia

O esfrega da sinergia ainda viria

Viajando por terra e por mar

Vencidas as amarras e utopias

Encontrando o amor e a magia

Nesta harmonia das empatias

E a bela deusa da Fortuna

Sorriria aos dois com paixão

Cornucópia em sua mão

Propiciando a maior excitação

Ao ver que no mundo existia

Um João para aquela Maria...

E aí se cumpriria a profecia

Como manda a boa poesia

Pela via das veias em vibração

Quiseram preencher esta lacuna

Na certeza desta grande emoção

Com a paixão em cada coração

Ah! Os dois puderam então, se amar

Depois da ansiedade de tanto esperar.

Contamos a bela saga de João e de Maria

Que unidos estarão toda a noite e todo dia!

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes