A DOR DA DESPEDIDA...

As cores vibrantes

Um pulsar constante

Das dores da vida, fortes,

Marcam despedidas

Há as que ocorrem abruptas

Com tintura de sangue

Rupturas, costuras, suturas

Ferem mais a alma que a carne

Deixa um vazio profundo

Pela brutalidade que ocorre

Como corte de navalha

Uma sensação de porre

Aí a solidão se instala

Sem pedir licença ao coração

Lembranças machucam

Ao recordar aquela afeição

O sofrimento da angústia

De desprezíveis amores

Açoita a mente saudosa

No despertar dos horrores

Porque o que era belo

Transgrediu no percurso

E ganhou contornos diversos

Som cortante violoncelo

Perguntas não calam...

Perseguem nas horas insólitas

No desvio do caráter doentio

São marcas... Cicatrizes abertas

Feridas do tempo... Das chagas

Calvário que volta em revolta

A buscar sentido no absurdo

Todo seu mundo se cala

Quando na alma resvala

Corpo prostrado inquieto

Porque não seria o melhor?

Mas o olhar está no céu quieto

O que não deu certo?

Nuvens que mudam de lugar

Pensamentos vivos ao ar

E ainda no olhar o vazio

Procurando se está por perto

No fundo só resta a melancolia

Instalada reclama uma saída

Nascida daquela despedida

Ainda bem que por certo, não era

Para durar toda uma vida!

Hildebrando Menezes e Lourdes Ramos