POETA E POESIA

‘O poeta é triste...

E no desenho dos versos

Pincela o mundo. ’’(...)

Em forma de aquarela

Busca e rebusca em sua tela

'Um idealista inconformado

Que luta por mudanças (...)'

Mistura ficção ou fantasia

As tintas multicores da alegria

Tanto quando as dissemina

Ou quanto as irradia...

Rasga múltiplos horizontes...

Vales, montanhas e montes

Solta seu grito ao vento

Por vezes encobre

Sofridos sentimentos

Mesmo que as fronteiras se desdobrem...

Voa destemido ao longe

E repousa ou rola pela relva

Descalço passeia sob brasas

Com a tenacidade de um monge

Não teme os espinhos

Enfrenta os enigmas

Está fora do tempo e das maldades...

Desvendando caminhos

É cosmológico e metafísico

Um irremediável apaixonado

Inventa palavras e tempos verbais

Se algumas expressões não dizem nada

Incorrigível e sensitivo

Capta as dores do universo

Está submerso e tão próximo dos anjos

Pode libertar um som cativo

É o preferido dos imortais

Revela o que é belo, sempre quer mais

Pode perceber ao seu redor

Vítima das invejas colossais...

Até caluniado

Perseguido e humilhado

Ao ser generoso e tentar ser nobre

Transformando ouro em cobre

Sua ferramenta é a elegância

Seu rico repertório encanta

As delicadezas é o pano que o cobre...

Realiza sonhos

Torna-se invulnerável e terno

Transcende às estrelas

Decifra as emoções

Vai ao céu e ao inferno

Com as mesmas sensações

De um demorado beijo eterno

Hildebrando Menezes e Lourdes Ramos