COMPANHEIROS
CONTINUAÇÃO DE POESIA, RIQUEZA E RAZÃO - COIMBRA LUZIRMIL
82 -Companheiros e parceiros seriam iguais?
-Parceiro no meu entender, vem a ser palavra feia;
pois para mim tal define, o homem da mulher alheia!
83 -Me perdi nesta última, professor!
- Para a vontade da carne, tem o homem e a mulher;
são parceiros em seus atos, para o que der e vier!
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84 -Acho que entendi. E amigos?
-Para falar ainda, da palavra companheiro,
não tem nada com amigo, porém tudo por dinheiro!
85 -Como é isso, professor?
-Não podemos confundir, companheiros e amigos,
aqueles são passageiros, e estes por nós correm perigos!
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86 -E sobre dinheiro, da pergunta 84?
-Ao companheiro interessa, a companhia lucrativa,
enquanto que para o amigo, a amizade que cativa!
87 -Sobre o verbo cativar?
-Sobre esta boa palavra, eu posso assim imaginar,
pertence às pessoas sinceras, que traduz um bom falar!
88 -Fala-me sobre a vontade?
-O domínio da vontade, só se encontra em alma forte;
mesmo forçada por ela, resiste até a morte!
89 -E a vontade possuir algo difícil?
-Poderás, meu nobre aluno, realizar dela o sonho,
se achares o fundamento, das palavras que componho!
90 -Vossas respostas poderiam realizar minhas vontades?
-Na poesia tem poder, escondida para o inculto,
mas o que a ama e entende; Deus abençoa com vulto!
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