CONTRASTE PARA UM POEMA. Interação com Parabolika
"São das sombras que me alimento
E mesmo que uma candeia brilhe em mim
Verei o eterno fim/ Pintado em tela de sofrimento
E, por mais, que vislumbre estrela brilhante
Doravante, cena de esplendor
Ainda assim, mergulharei a pena em dor
Para versar do meu ser ignóbil e inconstante
Mas, a piedade dos olhos que me cercam
É como remédio à tristeza que me engole
E recolhe a agonia que desperto
A cada verso destes que confesso.
Ai de mim! Que tenho este frio em meu coração!
Ai de mim! Que sou eterna confusão!
Vejo flores, mas eivadas em dores...
Vejo risos pintados com lágrimas...
Sou a florzinha cinza do desfiladeiro...
Sou o pântano plúmbeo que reclama
Mais almas plenas de candeias...
Sou a erva daninha que brota nas fogueiras
Que os demônios criam a beira-mar...
Sou verso sem eira...
Sou alma sorrateira...
Perdida, para nunca mais se achar..."
Parabolika
OBS: Esta não é a primeira interação que fazemos, na escrivaninha dela temos um trabalho em comum “Blues” um E-Livro, vale conferir o maravilhoso versejar da “leoa”, que muito me honrou ao ilustrar com versos meus desenhos.
A CANDEIA
Conhecer o melhor e não se conformar com o quase.
Sou patrão do animal que habita o meu interior.
Só porque ele queima lá dentro como um forno
Não sou seu escravo, não preciso obedecer-lhe
Cavo poços obscuros de localização desconhecida
Despertando almas num mundo sem sentido e desolado.
Perfurações e descobertas de almas no deserto abissal.
Infundindo luz, raio de amor que atravessa barreiras.
Figuras disformes pela dor trafegam trôpegas pelo deserto
Daltônicas em suas permanentes noites frias e viscosas
Convictas em dramas, repetidos à exaustão, inacabáveis.
Um raio luminoso escolhe a alma no meio desta multidão
Impelido pelo Amor, toca-lhe os olhos e lhe mostra as cores
Tira-lhe a noite da retina e lhe dá a pena, para pintar o mundo.
Ghuma