A DOR DE NOSSA CRUZ
Tão calejado, o homem
já suporta o peso da cruz.
A dor é o fermento que avoluma
e modela a estrutura da tolerância.
Muitos se prontificam
a roçar a cegueira dos caminhos.
A coragem do caminhante
se forja na dor e pela cruz.
Os caminhos estão propensos
a suportar a forca
que cai sobre os olhos.
Qual o limite da dor?
O que há depois da dor?
Depois das farpas
a dor volta a enxergar.
A dor é a referência da ação.
A ação é uma resposta à dor.
Toda ação é diretamente proporcional
ao grau de tolerância à dor.
A força da dor é suportar
a fera que nos aprisiona.
O maior desafio é controlar
as forças que dominam os instintos.
Controlar a natureza
é virtude dos racionais.
A fera rasgou as grades,
solta está para promover
a paz.
Que seja assim…
Carpe diem.
MARCOS ARRÉBOLA E MARCO BREGONCI