Um anjo vândalo

Diáfano dia

Uma falta óbvia de sol

Cinza, cinza, cinza

O dia nasceu cinza

E entrou em meus olhos como flecha

Tão lentamente que nem senti

Talvez desequilibre meu voou

Minhas asas vândalas

Chegam a precipitar-se.

Os teus mapas não passam de alfarrábios

Litografados por lágrimas minhas…

No canto da sala há uma sombra azulada

Cheia de enigmas

Mortas mariposas fundidas a lâmpadas florescentes

O juizo desencaminha-me

O cheiro, os pés a solidão

O vento que move as cortinas

As trilhas do meu coração

(Janaina Cruz)

E o vento, de meus anelos amigo, sopra impetuoso a meu favor

Num hálito abrasador que perfaz todos os impulsos de tuas asas

Trazendo-te ao reino das brasas e ao trono flamejante do amor

Neste que de ti é caçador, cujas chamas do ardor são águas rasas!

Vinde habitar em mim - meu anjo fraturado por desilusão

Que toda cena da solidão será vencida pela tórrida libido

Atende ao meu pedido e dê-me teu gemido no cálice da inebriação

Que é vândalo também meu coração, que em teu pecado almeja-se redimido!

(Reinaldo Ribeiro)

Eta, brigada pela parceria no dueto meu amigo Reinado, algum dia hei de fazer poesias tão lindas quanto as tuas...

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 10/06/2011
Código do texto: T3026014
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