Virgens

Virgens....

Me jogo contra as pedras com a força de uma onda.

Minha cabeça navega e fica batendo em cada frase.

Meu corpo submergindo, preciso respirar...

O ar, respira contra as rochas que se quebram

E meu espírito flutua, para fora d'água....

Sou deuses,

Observando planícies observativas e telhados ocos de barro...

Tudo de cima para baixo, como se o telhado do alto não existisse...

Apenas planícies de saudades dos amores mortos...

Que meus olhos vislumbraram um dia.

Tudo é poesia, onde meus olhos tocam...

Onde meus olhos desfalecem, por querer-te tanto e tanto...

Que me perco no amor de breve distancia.

Olho ao seu redor...

Tudo virou folha seca

Nos redemoinhos dos ventos

Nos acalantos e acasalamentos de nos dóis num trevo de único caminho...

Sozinhos? Talvez! Depois...

Meus olhos, sobrevoam palavras nas sepulturas

Sangrando em teu pulso aberto... quase corte...

Pingando pelas pontas dos dedos....

Estou...além mar...Além céus...Procurando o hálito das maresias

Sobre nuvens, no céu azul das alquimias...

Nos meu cabelos, aves fazem ninho,

Com fiapos de palavras, aconchegam-se velando, à noite!

Folhas secas que o vento assopra

A linha do horizonte, perdeu-se ante meus olhos...

Quase um sopro de vida!....

Bagunçada vida, quero vê-la, bagunçada....Feito balangandãs...

Saias de muitas mãos, entre as pernas entrelaçadas

Quase alcoviteira...Mãos...

Subindo entre as pernas...Chegando entre as maçãs.

Tocando os órgãos virginais...Nunca desvirginados

E aos meus olhos nus, sedentos de luares

Somos amantes em versos.

Francisco Cavalcante & Tony Bahia