Quimera de um amor...{Estrelas e Homens}



ANIARAQuero deitar minha alma no absoluto de teu existir...
Despir-me das dores, respirar teu hálito quente e doce
Habitar os espaços de teu corpo e aos poucos unir meu espírito ao teu.
Venha amado meu, na revoada dos pássaros que anunciam nova estação
Corro entre os campos floridos, nunca esquecidos, onde tua presença
Era o meu escudo, teu amor a minha luz e o meu era o teu coração!


CAIOnão chores por mim doce fada de meus dias,
Alimentas a fome insaciável deste amor...
Nas melodias cristalinas da natureza... Livra-te da dor!
Respires a minha essência, chores, venha para meus braços
Não há tempo nem espaço, entre as nevoas corro para ti!


ANIARASim, não te agonie meu amado
Com as notas tristes de meu bandolim
Estou no topo da colina cantando nossas liras
As quimeras de nossos amores e a dor da saudade
O primeiro sinal teu no céu irei sentir...
Não te demores não sei se posso muito tempo resistir!



"Chora pobre moça a dor deste amor que o tempo levou.
Clama pelo o amado que fala no som do vento
Que a toca no frescor da água... Que a ama com fervor!
No queimar do sol em sua pele a abraça sem temor
E lhe homenageia com o nascer de uma flor!

Corre entre as estrelas e no pulsar da vida
O amor incontável dos dias...
Venha como um corcel alado roubar a prisioneira de teus braços..." 


CAIO- toco tua pele fresca e branca...
Aninho-me nos teus negros e longos cabelos...
E meus lábios roubam dos seus o carmim!
Meus braços tua verdade, teu corpo minhas veredas
Ah! Bem tu soubesses... Do reino de meu coração, é a realeza!


ANIARAleve-me na cauda de uma estrela cadente
“entre os beijos o apelo ardente”
Leve-me... Não me deixes!
Tua presença é meu abrigo tua vida me aquece
Leve-me para tua casa, me receba, me banhe no teu unguento.
E serei eu a tua estrela da sorte, a continuação de teu braço
Com teu amor livra minha alma da morte!


CAIOGuarda tua alma do desespero
Não te perca em tua dor, não me repilas de teu seio
Amada minha que o solo nos receba...
E que a relva presa em teus cabelos seja o véu
Os raios do sol teu vestido de núpcias...
Deposita em minhas oferendas tua confiança!
O amor de nossos dias nos resguarda do ódio
Nossa quimera é a nossa aliança!


ANIARAConfiarei em nossa aliança amado meu
Receba vida! Nossas forças unidas neste nosso amado solo
Receba-nos em teu seio com a alegria que recebo o meu senhor!
Que me cobre a face com beijos e revivifica minha alma de anseios
Puros e verdadeiros, animando minha certeza em um vivo amor



"O mundo se aquieta para ouvir os sons do amor que transmuta a cada encontro a cada permuta!
Distanciados pela paixão... O encontro do rio e do mar,
Unidos... Água doce e água salgada juntas em uma nova forma de amar.
As estrelas brilham como nunca antes brilharam é hora de deixar partir o bem amado!
É hora se vestir de luz e novamente virar estrela.

A amada dorme o sono dos inocentes o amado olha para os céus

“SÃO ESTES QUE TU PROTEGES”

Até os santos choram suas dores, até os santos tem de deixar em terras distantes os amores!"



CAIOacorde para o dia amada minha...
Os lobos espreitam nossa alcova sagrada e já não é prudente
Se expor a luz desta noite enluarada ...


ANIARA - Abro os olhos e o que vejo é meu amor...
Brilhante como uma estrela, forte como uma rocha,
Vejo a partida em teus olhos, nada em mim existe que não seja teu
Ele pede que eu me levante me vista com a veste nupcial.
Eu sondo o espaço e sentido os lobos que espreitam
Atendo então teu pedido.
Não é uma fuga nem um ato de covardia....
Eu vou evitar que me vejam e meu escudo será amar-te como um anjo espectral!



CAIO - Parto de teu seio e deixo contigo meu perfume...
Dos anjos mais perto, Porem mais longe de minha amada!

Mas te trago comigo em cada fragmento de meu existir...

Receba-me hó céu de esplendor! Minha Amiga esta desperta
E eu sou a sua força o seu amigo seu eterno amor!

Ainda sim existe pesar nas melodias de seu bandolim...
Mas a alegria é vindoura e ela livre de paixões vai cantar!
Não mais irá chorar com amargura por mim...

Eu não vivo no tempo, nem no espaço.
E por isso a tenho sempre comigo em meus braços

Mas tu ainda estas sobre estes verdes campos
Não podes voar por que a carne te faz pesar...
No entanto...
Toda a vontade de achar a luz e a mim se unir 
Explode em teu coração delicado como uma saudade latente e sem fim!
O que te trará ao meu céu...Nosso céu onde seremos um porfim!


ANIARA-responda-me no vento... ainda posso um pouco mais de amor falar...
Eu sei que o alivio em minha alma vai amenizar e novamente sentirei a dor da saudade maltratar-me o espírito e a carne.

Amor meu, tenho vergonha de lhe tirar do reino dos céus.
Não cedas mais aos meus caprichos, deixe que sozinha eu transforme em alegria este querer doído...

Peço-te somente que me perdoes neste meu egoísmo... De querer-te perto transmutado na carne deste horror!
Perdoe-me se ainda te amo com este coração passivo e humano! 


CAIO Sopro nos ventos minhas palavras...

Nos teus pés as folhas do outono fazem redemoinho...
Este vento movimenta a relva e faz os pássaros voarem de seus ninhos!
Passa pelo teu corpo, assanha teus cabelos e dos campos de flores
Leva até tuas narinas o suave perfume...

Nuvens cobrem a lua prateada e apaixonada...
Das nuvens a água de meu querer, e sobre ti faço chover!

Os raios e os trovões que soberanos cortam o céu
Fazem barulhos como se fossem a voz do criador
Afasta por hora os lobos, porque mesmo que esteja desperta,
Ainda sou teu anjo amigo, teu protetor!

O som da chuva em teu corpo que guarda a minha luz é a canção de minha alma!





A CANÇÃO DE CAIO...

Não chores amada de minha alma
Se a saudade doer não cesse sua caminhada...
Olhe para todos os lados...
Onde existe vida habita seu santo alado!

Quão dolorido é meu sentir...
Sou energia dos mundos
Em cada célula de seu corpo a fluir...

Estou em todas as partes...
Mas estranhamente sinto a vontade de estar ai!

Mas eu estou ai...
Nesta chuva que cai sobre o corpo teu
Nos trovões que afugentam teus inimigos

Não chores... Sinto-me humano e ambíguo

Sou anjo, santo, sagrado
Em parte sou homem
Pelas células da carne condenado...

Eu sou a luz do amor

E no teu seio as trevas da paixão
Tua humanidade consome meu ser...
Fere este luminal coração!

Eu quero estar ai...
Mas para isto tenho de pular
Tenho de cair...

Compadeço-me de tua dor...
Mas não posso muito fazer...

Cure este amor, me faças de teu amigo.
Ou até me ame com paixão...
Beijarei tua boca quando uma fruta suculenta morder...
Mas que seja com alegria...
Não faça de nosso amor um sofrer! 





ANIARA- Os pingos da chuva o açoite do vento, os trovões...
A voz de meu amor...

Sim... Sim...

Eu posso lhe ouvir... Não te importes com este sal
Que se mistura ao doce destas águas...
Minhas lagrimas são de rendição... Eu aceitarei
E serei feliz nesta condição...
Como disse antes, quero um dia ter asas
E habitar contigo em toda imensidão!

 
 
 
 
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 12/10/2012
Reeditado em 12/10/2012
Código do texto: T3929387
Classificação de conteúdo: seguro