Garimpo dos Sentimentos

Joias formosas manifestadas na significação de palavras singulares.

Joias raras que cabem no coração, lapidadas em forma de emoção.

Pessoas diferenciadas são capazes de bem utilizar a bateia da percepção.

Concentrados minerais são armazenados e bombeados pelo coração.

Distinguir virtuosamente os cascalhos das preciosidades.

É acender a chama da generosidade.

Reunir um mosaico frasal, lapidar em si a matéria bruta abstraída.

Transformar um ser humano de coração frio em abundante canção.

A expressividade reluzente de um ser manifesto pelo rastro poético.

A certeza de um amor transcende as vestes.

Encantando e causando brilho nos olhos: diamantes, safiras, esmeraldas...

Pedras sofridas com a intensidade do calor e transformadas pelo mais belo amor.

Com uma sedutora participação no processo de lapidação.

Quando o ourives toca nas gemas e transforma numa peça de sedução.

Mas por ironia, joias nem sempre são vistas como deveriam...

Depende dos olhos do coração dos simples mortais.

Que enxergam apenas bens materiais.

Ao extrair o limo, o barro, os pedregulhos, chega-se ao âmago.

Onde muitos não tem coragem de garimpar nem de perder tempo para transformar.

Melhor saber a respeito do material com o qual se lida!

Quando você lapida!

Ourives incautos, em suas inabilidades eventuais, podem colocar tudo a perder...Por não saber discernir um cristal de um belo diamante.

Garimpo não! Arte e virtude de sentir, perceber, interagir.

Toques sutis na alma, no interior da pedra como no trabalho do murano.

A solidão das joias embaçadas pela névoa dos sentimentos machucados: perturbadora.

Joias solitárias pela ausência de quem teria coragem de zelá-las e protegê-las.

Analogias com relações humanas... desencontros.

Namoros deixam de ocorrer por falta da arte mútua de garimpar amores...

Amores deixam de ser vividos por dissabores.

Diamantes fragmentados, partidos como corações desiludidos...

Sonhos que se fazem esquecidos ou adormecidos.

Olhos tristes e lágrimas cristalizando resignação.

Olhos inquietos sentindo saudades do olhar de comoção.

E balanças pendendo por ausência de compreensão.

Incompreensão por falta de palavras que ignoram a vocação.

Maravilhas amorosas não ocorrem sem dedicação, perícia, esmero...

O poder da sedução precisa ser algo sincero.

Principalmente lapidação, criação de preciosidades imateriais.

Como passeios na praça, caminhadas na praia ou um sonzinho e um violão.

Emanadas as virtudes, passa-se pela vivência.

Saudades dos bons tempos, sem sentir carência.

Quem já não encontrou pessoas preciosas?

Encontramos o lado gêmeo do nosso coração.

Brilhantes por natureza, douradas na essência.

É assim a beleza da aura de quem encontramos como pedra preciosa na natureza.

Que dedos estão à altura de receber tal ornamento metafísico?

Dedos... não por compaixão, mas uma aliança pela vibração dos corpos.

De almas apaixonadas, sem entender o motivo de tanta emoção.

Carlos Augusto de Matos Bernardo (pseudônimo literário Augusto Matos)

Eliane Queiroz Auer

Augusto Matos e Eliane Queiroz Auer
Enviado por Augusto Matos em 24/03/2013
Código do texto: T4206073
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