Soneto (do) que deveria ser


Quando a voz já não é suficiente,
E a qualquer verbo escapa o que se quis;
Quando não há mais nada que se invente
De forma, de amor... Deve haver.. Me diz!

Haver um verso-prece providente,
Que não fizeste, que eu também não fiz;
Deve haver um jeito (sobrevivente)
De se compor a vida em ser feliz.

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Mas sempre existe em nós a esperança,
Força que traz à alma a calmaria,
Vital bálsamo a todo sofredor.

E se não for, enfim, pelo amor,
Mas, certamente, pela poesia,
Hão de voltar os tempos de bonança.

( Mario Roberto Guimarães)


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Como se haver o verbo
Haver Deus de ser o cerne
Da felicidade nossa interna

Mas é a mudez do não orado
Envelhecido na alma imberbe
Que por sinais pede à felicidade morada

(Eder Ribeiro Vogado)


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Talvez esteja no silêncio a resposta
De toda vida que se sente e não se mostra
Em palavra, em prece ou em ação.

É no silêncio que o verdadeiro Amor opera
Como a mão de Deus pintando primaveras
Dentro do nosso próprio coração.

(Lucia Constantino)


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Que assim, do nada, traga uma canção
Que seja nada além da confissão
Contando a cada linha meu vazio;

E tudo o que ela diga seja nada
Senão a vaidade condensada
Do verso que a si mesmo definiu.

  ( Ederson Peka )


...
Obrigada a todos... Isso foi mesmo especial. :-)