Solidão

Tua lembrança é que move esta pena

Que serena já nem sabe o que escreve

Segue leve e a dor não é pequena,

Quando minha mente, te lembrar, se atreve.

Em nossa cama só mesmo o teu cheiro

Um cinzeiro cheio, um copo vazio,

Um arrepio na espinha e o teu parceiro

Sem roteiro, não resiste a tal fastio.

Solidão... Sem sono, olho o teu lugar vazio...

Nem um pio, sofro a dor mais dolorida.

De mim perdida, o olhar vago em rodopio,

Eu me pergunto o que fazer da vida?

Se vida há, sem graça, com certeza...

Lugar à mesa, em tudo, sem seu riso.

Viesse agora, a morte, com fineza

Eu terminava já com o desterro.

JRPalácio Ana Maria Gazzaneo

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 02/02/2014
Reeditado em 31/08/2015
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