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SESSENTA ANOS, EU?!
Ysolda Cabral


 
 
A dois dias do meu aniversário de 60 anos me sinto estupefata com toda essa idade sem que eu a perceba. Não consigo nem vê-la através do espelho – mesmo quando o espelho é confiável e nem mesmo quando alguém, por puro despeito ou farra, diz não estar  me reconhecendo!  Contudo, resolvi que doravante vou passar a contar a minha idade em ordem decrescente e no próximo aniversário farei cinquenta e nove. E assim sucessivamente. Logo estarei nos vinte desta vida ou de outras, se elas existiram pra valer. Pronto! Agora que está tudo definido, projetado, aprovado e com certificado de validade garantida e por tempo indeterminado, posso ir direto ao ponto.

O fato é que, hoje, 20.04.2014, domingo, pra variar, não é um domingo qualquer.  É DOMINGO DE PÁSCOA, e daqui a dois dias estarei completando sessenta anos.

- Que coisa incrível! Incrível porque continuo com os mesmos planos, os mesmos sonhos, e muitos sorrisos ainda tenho pra sorrir, eu sei. Não vou desanimar agora, só porque estou no meio do caminho de algum lugar. Ora, se o  “Tambor do Encantado’’ continua retumbando só amor, o fato de precisar de um beta-bloqueador nada quer dizer. Quanto à minha irrequieta alma - contagiada pela minha alegria, pelo meu entusiasmo de garota apaixonada pela vida e feliz com ela -, resolve me dar um tempo e me deixar curtir esse momento. Com todos os sentidos em pleno funcionamento, que  mais posso querer?

Hum... Ah! Quero um bolo de chocolate, quero brigadeiro, quero flores e compor muita poesia. Quero minha família por perto e quero nesse dia gritar ao mundo que sou feliz, que não estou nem aí para a idade, muito menos para as ‘’garras do tempo’’, pois o que importa, e sempre importou para mim, é essa que sou por dentro e que continua sendo a mesma de sempre.

Diante do exposto e colocado sem pressão, sem depressão e sem pretensão, lembro: ‘’ Se sou assim, muito feliz/ é meu destino que sempre quis/vivo a cantar, brincar também/ só uma coisa, vou confessar/não gosto muito de...”

Bom, como não gostei da rima, Alírio Cabral, mesmo ela sendo verdadeira (ou pelo menos era), vou dizer que o verso da canção que você fez para mim quando ainda era uma menina feia pra danar (a foto ilustração não me deixa mentir), terminou assim: “não gosto muito de arengar.” (Risos)

Bom, chega de abobrinha e vamos aos preparativos para a grandiosa festa!!!    

 
Praia de Candeias-PE
Em preparativos de festa 
20.04.2014

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Estou em pleno batido para o meu bolo de buraco, quando me chega um e-mail do poeta Odir Milanez da Cunha. Sabendo-se de casa, vem pintar a minha festa de azul. Vejam como é linda a vida azul!
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(À minha musa-sorriso, Ysolda Cabral,
no instante azul de sua vida, vida afora)



O TEMPO
Odir Milanez
 
 Alguém, nos primórdios do ser,
 contou o tempo a cada sol,
 a cada lua, a cada sombra sem luz;
 e abriu caminho para os segundos,
 minutos, horas, dias, meses e anos
  que nos alcançam
  e vão se acumulando
 por todo esse nosso aprendizado
 de ser e querer,
 enquanto deixamos para depois
 o comodismo do estar,
 fazendo de cada instante
 o momento da chegada,
 e de cada dia
 o recomeço de tudo.
 
Quando devíamos, simplesmente,
seguir em frente
por esses caminhos de futuro,
esverdeando os horizontes,
florescendo flores,
e colorindo a vida de azul.
 
JPessoa/PB
20.04.2014
oklima

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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos a Ysolda Cabral