Os viajantes e o Ipê amarelo

Sei que as palavras não saem no momento certo, e quanto mais se busca explicações no tempo, mais a memória se esvai nas incertezas. É como vento, revira, volvendo as folhas pelos quintais das nossas poesias. E, pelo vidro, olhos fixos, traz o passado tão perto. O sonho remoto, apetrecho de outrora, hoje sustenta nos versos algumas esperanças. Água que jorra, cai e lava as calçadas das nossas ilusões, onde trocamos tantas confissões. Já não há alianças, e o romantismo antigo, jovem universitário, ficou no diário, trancado com as chaves da nossa existência, que teima em nossa essência cansada, inda ser o príncipe ou a dama. Tardias histórias! Agora, memórias... Talvez sejamos viajantes, tolos. E isso de nada importa! Continua a multidão lá fora - ilustres desconhecidos! O mundo, o mundo ainda é vastidão. A nossa porta range, devagarzinho, movimento inseguro do passo para a vida. Acostumamos com a janela, as grades. Protegidos! E, nós, insignificantes conhecidos - viajantes do tempo - guardamos tantas emoções. Que nos chamem - loucos! Poetas! A minha mão pequena desenhada em teu contorno, multiplicam-se desejos. Os dedos inda ligeiros percorrem os papéis, dentre linhas e rimas, perfazem alguns viés. Não, não quero outra vida que não essa! Apesar da pressa e da vontade de amar entre juras eternas. Sonhamos juntos, acordados! A teimosia é artimanha do versejar, manha que se espalha nas manhãs. Não somos os únicos a sonhar, nem sozinhos a teimar em amar. Quiçá os versos floresçam e em algum lugar cresçam em belas poesias, e que façam as prosas mais simples.Gosto de chegar no teu portão e ver as folhas espalhadas ao chão. Finzinho do outono, abrindo o coração. São ventos brandos, canções que verdejam as árvores de uma nova estação. Quem pode entender?! A primavera mais uma vez mostra a beleza de uma nova época. Sejamos poetas! O mundo ainda é uma aventura, e mesmo que seja um tanto dura, vale à pena poder viver! (Viajantes)

Maria Auxiliadora

Maria que coisa linda esse "dedinho de prosa" que você chamou Viajantes.

Um jeito mais leve mais atento. Escolha, pois, uma cor e lhe te darei em gratidão a mais bela flor! Você é a Maria escreva o que for fica bonito de se ler.

Reparaste no ipê amarelo florindo no outono?

Ele está ao meu portão, juntos mostramos aos viajantes que também no outono se faz primavera.

Tantas vezes sou como um viajante que chega.

A bagagem de mão é a própria história que súbito flui da memória e se assenta nas cadeiras da vida se pondo a sonhar. Olhando ao derredor vê que tudo está como antes e só o tempo passou. Mobília empoeirada, o tapete cor da terra, bendita terra que nos viu nascer, então, ele pega o violão canta os versos de uma cantiga pra moça bonita que ele chama de “pequena e graciosa”. Nesse instante através do vidro da janela, repara o Ipê quase sem folhas como que sorrindo lhe dissesse: somos parceiros desta vida, aí está a sua Primavera.

Olhei de novo para ele e pensei: feliz és tu, amigo que não precisa da primavera para florir! Forasteiro do amor esse viajante, sempre cantante, nem sabe se de agora em diante se achega pra ficar.

Porque sua "flor vermelha" (como na cantiga) de tão perto parece distante. Estende a mão sem que lhe alcance. Grita e tão perto ela não lhe consegue escutar.

Bendito seja o pensamento porque por ele consigo sonhar!

Ora sou o viajante de qualquer lugar, ora sou poeta que só deseja amar. Depois, sou o cantador da cantiga da flor, que também canta os versos de amor ressentindo a dor. Assim tento viver a vida em qualquer estação, com todo o sabor, seja mel, seja fel. Importa que você esteja aqui e sigamos juntos pelas paisagens dessa vida, eu e você, você e eu... (Eu e o Ipê Amarelo)

JamesAssaf

O sentimento de Amizade é semelhante ao sentimento de Amor.

"Ambos não são imortais, posto que são chamas, são infinitos até que se acabem".

James Assaf
Enviado por James Assaf em 12/06/2014
Reeditado em 18/06/2014
Código do texto: T4841879
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