André Anlub e Rogério Camargo 39

Em absoluto sigilo o coração transformou-se num ninho e o ninho que o coração era abrigou o que não era

Uma espécie de guerra ente anjos e feras, que formam uma indecência e ferem fincando as fictícias facas nas faces de maleficência.

Era outra espécie de guerra, onde os sentimentos, por momentos, à voz dos ventos, iam de lamentos a euforias.

Se via nas entrelinhas que formavam-se grandes festas que aparavam as arestas nos corações de inocência.

Coisas do coração, diriam os simplistas, conferindo listas e indo para as pistas de corrida fazer apostas.

Coisas da poesia, diriam com ironia, os apaixonados de plantão; achando que não haveria outra resposta à questão.

Enquanto o isso o coração, sem compromisso de antemão, fazia disso a relação de A com B, de B com A sem que o ABC soubesse de mim/você, podendo assim se intrometer, quebrando o verso e fazendo, de resto, com plena satisfação,

O que as satisfações fazem, mesmo insatisfeitas. Desta feita, porém, o ninho aninhava e esperava o que de melhor estaria chegando:

O dia em que o dia traria o dia e a noite juntos, de braços dados como o que se abriga contraditoriamente, complementarmente no coração.

Rogério Camargo e André Anlub

(20/1/15)

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