Pedacinhos

Encanto

Talvez em breve, em teus braços, num aconchego eterno, que, ainda pouco os meus entrelaçavam, outra pequena adormecerá. Vejo isso tão perto. A tua mão sob outra, num contorno de felicidade. E eu, ao longe, a te olhar entre lágrimas e sorriso, torcendo para que desta vez você encontre o paraíso. O dia passou rápido demais e chegou o encanto. Quantos anos?! Nenhum de nós teve a coragem de dizer “eu te amo”, porque se ama de tantas formas... Talvez o medo do encanto acabar, dos nossos versos virarem apenas poesia e da vida perder a magia, torna-nos refém deste algo além da vida - a busca em nos experimentarmos. Nunca assumiria este sentimento - pluma leve vagando num deslumbramento. Algo de bonito e de triste.

Você me diz palhaço, se ri num poetar riste. Eu, equilibrista, bailarina entre cordas bambas – firme e zonza. Uma pequena em tuas mãos deslizantes, a descobrir-me. Você espera um sim. E em mim tantos nãos, ainda que presa fácil em tuas mãos. Acho que não conformamos à realidade e vivemos dos sonhos na busca incessante desta tal “felicidade”. Talvez ninguém mais consiga encostar-se ao teu peito e sentir tamanha paz ao escutar o teu coração batendo, batendo, batendo... As palavras que saem verdadeiras, colocando-me tão inteira à tua frente. Choros e sorrisos... O pousar da alegria, próximos aos nossos ouvidos. Um sofá, um abrigo. O sol se pôs e já não estamos mais juntos. Se te fiz por alguns segundos gostar do Roberto, numa mistura de músicas. Quem sabe - Café da manhã e Como é grande o meu por você. Fica em mim a lembrança da Serra do Mar, a neblina baixando e você cantando Pink Floyd, num dia majestoso. Mas a vida continua e a fila anda para os “lords”. Outras pequenas, princesas sem castelos, procurando a tua mão. Resta-me a promessa, aquela condição – pode a donzela se apossar de tudo, menos do teu coração!

MARIA AUXILIADORA

Poesia minha

Em minha poesia há rostos e imagens sem forma sem encaixe. Onde está o rosto que o contorno se encaixa? Esteve por um instante sob minhas mãos. Eu, cego pelo brilho de seus olhos, enquanto deslizava minhas mãos sob tua face e delineava estes lábios, sentia o milagre da transformação, a poesia tomando forma, em curvas, cor e calor. Pulsação! Meu coração já cansado, pulava, pulava como um coração de menino. Quem dera eu ordenar ao tempo: Pare! Ah coração, Como você aguardou este momento... A canção já eternizou a neblina já baixou!

Poesia minha, não quero apenas estrofes, mas quero-te toda. Não me basta um pedaço, já possuo teu abraço, mais um pouquinho e já tenho teu carinho. Continuo a sonhar qual o preço a pagar? Não me custa esperar eu tenho o tempo até a minha luz apagar... E essa “tal felicidade”? Turista das ilusões que chega como um alarido e se esvai largando rastro de dor. Não! Para a minha poesia eu tenho um final surpreendente, inesperado, sem qualquer medo... Já pus a chave em tuas mãos, não a pedirei, não a porei em outras. Mãos pequeninas segurem firme, por que ela abre um depósito, meu maior bem é minha verdade, este coração Sincero tomado de amor. Entretanto, dileta, na geografia do sentimento, quero ser teu simples amigo, temos tanto a celebrar, outras canções, outras situações... Fique por perto com seu coração aberto, uma nova manhã e outra tarde de um novo dia a coragem te desperte!

JAMES ASSAF

James Assaf
Enviado por James Assaf em 20/11/2015
Reeditado em 20/11/2015
Código do texto: T5454953
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